Manifestantes bolsonaristas perseguidas pela justiça brasileira buscam refúgio no Uruguai
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a prisão de três manifestantes apoiadoras do ex-presidente Bolsonaro que foram detidas em janeiro de 2023, no Palácio do Planalto, e que agora buscaram refúgio político no Uruguai.
As ordens de prisão, emitidas por violação das condições estabelecidas aquando da sua soltura em agosto de 2023, estão listadas como “em aberto” na base de dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão, até a manhã da última sexta-feira. A defesa das acusadas não se pronunciou quando procurada para comentar o caso.
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A difícil situação do monitoramento das manifestantes
Esse episódio expõe falhas no sistema de monitoramento que podem incentivar outros manifestantes também envolvidos em atos pró-golpe a tentar fugir do país. A fuga das manifestantes, duas delas já condenadas pelo STF, ocorreu sem nenhum registro das tornozeleiras eletrônicas, o que preocupa as autoridades. A situação foi reportada a Alexandre de Moraes alguns dias após a saída delas do Brasil.
Uruguai: um destino popular para manifestantes foragidas
Ao chegarem ao consulado do Uruguai, as manifestantes relataram que há um grupo de cerca de 84 pessoas considerando fugir para o país vizinho. Essa informação se torna ainda mais preocupante quando consideramos que há 33 investigados cujas tornozeleiras não estão enviando sinais de localização e, portanto, não estão sendo monitorados.
Mandato de prisão ordenado
Dado esse cenário, o ministro Alexandre de Moraes não só ordenou a prisão preventiva de Alethea, uma das manifestantes, mas também o bloqueio de suas contas bancárias e aplicações financeiras. Ele descreveu o caso como “gravíssimo”, uma vez que a ré está evitando o monitoramento eletrônico há mais de um mês e fugiu para o Uruguai para buscar refúgio político.
Manifestantes bolsonaristas com receio da prisão
O advogado das manifestantes protocolou uma manifestação na ação penal de Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, expressando que ela está “desesperada e temendo pela sua vida”. Não foi registrado no sistema do STF nenhuma manifestação em nome da terceira manifestante que fugiu, Rosana Maciel Gomes.
Edição: Rodrigo Durão Coelho