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31 anos do Massacre do Carandiru: relembre o caso que teve 111 vítimas

O massacre do Carandiru – Um dia de violência desenfreada

Em 2 de outubro de 1992, às 16h20, uma sexta-feira, 341 policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo foram enviados para conter uma rebelião no Pavilhão 9 da Casa de Detenção, no Complexo do Carandiru. Oficialmente, foram disparados 3,5 mil tiros em cerca de 20 minutos, com a entrada das forças de segurança munidas de cães, bombas e armas pesadas.

O saldo da operação foi devastador: 111 detentos mortos, todos vítimas de tiros fatais. Esse evento trágico ficou marcado na história brasileira como o “Massacre do Carandiru” e revelou a séria crise do sistema prisional do país. 

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Foi posteriormente confirmado que os presos foram fuzilados com armas como fuzis AR-15 e submetralhadoras HK e Beretta, tornando esse dia o ápice da falência do sistema prisional brasileiro.

Três décadas de consequências

Três décadas após o massacre, a tragédia ainda reverbera na sociedade brasileira, desencadeando uma guerra de narrativas. 

Suas consequências afetaram tanto a reorganização do sistema prisional quanto a atividade criminosa. Além disso, o Massacre do Carandiru permanece vivo na memória coletiva através de obras literárias, filmes e músicas que exploram o tema.

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Cena do filme “Carandiru”, de Hector Babenco – Marlene Bergamo/Divulgação

Desafios na era digital 

A importância do Massacre do Carandiru é evidenciada pelo fato de que até a Wikipedia, uma enciclopédia colaborativa, não escapou do vandalismo digital. Recentemente, a descrição do evento foi editada de forma desrespeitosa, mas a correção foi rapidamente feita.

A memória na música e na cultura pop

O impacto do Massacre do Carandiru na cultura brasileira é notável. Artistas como o grupo Racionais MC’s e Caetano Veloso o imortalizaram em suas músicas, dando voz à tragédia e suas implicações.

Uma resposta à tragédia

Após o Massacre do Carandiru e a pressão de defensores dos direitos humanos, houve uma revisão significativa da política prisional, principalmente no estado de São Paulo. 

O novo governador, Mario Covas, em 1995, liderou projetos de reforma do sistema penitenciário, resultando na construção de mais presídios com menos presos por unidade.

O surgimento do PCC – Um novo modelo de profissionalização do crime

A tragédia do Carandiru contribuiu para o surgimento do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma facção criminosa que se fortaleceu rapidamente. 

O PCC adotou um discurso de proteção dos presos contra o Estado e se transformou em uma organização criminosa complexa e poderosa.

O episódio provocou críticas intensas à Polícia Militar, resultando em maior investimento na formação policial, principalmente na gestão das tropas. Isso influenciou a criação de programas de mestrado e doutorado para policiais, melhorando substancialmente a capacitação da alta gestão policial.

Consequências judiciais

O coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a operação do Carandiru, foi a julgamento e condenado a 632 anos de prisão, embora tenha tido o direito de recorrer em liberdade. Outros policiais também enfrentaram julgamentos e condenações.

Repensando o sistema prisional

O Massacre do Carandiru ressaltou a ineficácia do sistema prisional como solução para a criminalidade. 

A superlotação das prisões e a formação de facções criminosas mostraram que políticas mais estratégicas e inteligentes são necessárias para enfrentar o problema da criminalidade, em vez de uma abordagem de “guerra contra o crime”.

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