Entenda o que foi o genocídio de Srebrenica e como ‘isso pode acontecer em qualquer lugar’
Entendendo o Massacre de Srebrenica: Uma das maiores tragédias da história europeia recente
No verão de 1995, durante a Guerra da Bósnia, um dos eventos mais terríveis do século XX teve lugar em Srebrenica, onde mais de 8 mil bósnios muçulmanos foram cruelmente assassinados. Comandado pelo general sérvio-bósnio Ratko Mladic, as tropas cercaram a cidade e perpetraram um brutal genocídio, significando o mais mortífero assassinato em massa da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A Guerra da Bósnia, um conflito de posse de territórios entre os grupos étnicos ortodoxos sérvios, católicos romanos croatas e bósnios muçulmanos, teve início em abril de 1992 e durou até dezembro de 1995. Durante esse período, estima-se que cerca de 100 mil pessoas morreram e 2,2 milhões se tornaram refugiados.
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O Cerco a Srebrenica: O que realmente aconteceu?
No início de 1992, as forças sérvias cercaram a cidade muçulmana de Srebrenica, impedindo que ajuda humanitária chegasse à região. Entre os dias 11 e 13 de julho de 1995, mais de 8 mil homens e meninos foram executados e mais de 20 mil pessoas foram forçadas a fugir da cidade. Os corpos das vítimas foram escondidos em valas comuns, enquanto as vítimas sobreviventes ainda buscam respostas e justiça pelo ocorrido.
A Repercussão Internacional do Massacre de Srebrenica
Em decorrência do massacre, o general Ratko Mladic e o então presidente da República Sérvia da Bósnia, Radovan Karadzic, foram indiciados pelo Tribunal Penal Internacional. Em 1999, Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, reconheceu o massacre como parte de uma campanha de limpeza étnica na região. Em 2017, a Justiça internacional reconheceu a responsabilidade parcial do estado holandês pela morte de mais de 300 muçulmanos durante o massacre, ordenando o pagamento de uma indenização.
Julgamentos em Haia e a Classificação do Massacre como Genocídio
Após muitos anos de processo judicial, enfrentados por ambos os líderes na cidade de Haia, Karadzic e Mladic foram condenados à prisão por crimes contra a Humanidade e genocídio. Apesar dos esforços para reconhecer o massacre como um genocídio em 2015, a resolução foi vetada pela Rússia, um aliado tradicional dos sérvios, no Conselho de Segurança da ONU.
Ainda hoje, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apela ao reconhecimento do genocídio pela comunidade internacional, ressaltando a importância de aprender com as lições das falhas para construir um futuro melhor e comum.