Caso Mauro Cid: Exército ocultou informações do STF sobre assunto delicado; entenda
Irregularidades na lista de visitas a Mauro Cid
O Exército, de forma questionável, deixou de incluir os nomes de 10 pessoas que visitaram o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, na prisão. Esta omissão tem gerado polêmica e suspeitas.
Entre os visitantes omitidos está o major do Exército, Fabiano da Silva Carvalho, apontado pela Polícia Federal (PF) como responsável por elaborar um “guia” para viabilizar um golpe de Estado no final de 2022. Sua visita a Mauro Cid ocorreu em 21 de maio e durou cerca de meia hora.
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Outros visitantes omitidos
Além do major Carvalho, outros seis militares, uma advogada e dois policiais federais também não foram listados na relação de visitas enviada ao STF por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Suas identidades foram descobertas através de um livro de visitas mantido manualmente no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, onde Mauro Cid estava preso.
Detalhes das visitas
O livro de visitas registra detalhes como datas e horários de entrada e saída dos visitantes, e todos tiveram que assinar o registro ao se encontrarem com o militar.
O Exército não esclareceu se a omissão desses 10 nomes na lista enviada ao STF foi intencional ou um erro. O batalhão onde Mauro Cid estava preso é comandado por um oficial que tem uma relação de amizade com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O conteúdo das conversas interceptadas
O major Carvalho foi mencionado em conversas interceptadas pela PF, envolvendo uma suposta tentativa de golpe de Estado. Em uma dessas mensagens, o jurista Ives Gandra Martins respondeu a questionamentos de Carvalho sobre as circunstâncias em que as Forças Armadas poderiam ser utilizadas para garantir os poderes constitucionais, citando o artigo 142 da Constituição Federal.
Outros militares e a advogada omitidos
Além do major Carvalho, os militares omitidos na lista de visitas a Mauro Cid incluem o coronel Ricardo Antonio de Lima Silva, os tenentes-coronéis Eric Torreiro de Carvalho Lessa e Alberto Danúbio Manfra Junior, e o 1º sargento Fábio Pereira das Chagas, todos da ativa, além da visita do coronel da reserva Julio César Cosmelli Cintra.
A advogada Raíssa Frida Roriz Ribeiro, sócia do escritório que defendia Mauro Cid, também não foi mencionada.
Visita dos Policiais Federais
No dia 12 de maio, Mauro Cid recebeu dois agentes da PF, Daniel Barroso de Carvalho e Helder Aguiar Saboya, por 13 minutos, cujos nomes também foram omitidos na lista.
Investigações e delação premiada
Mauro Cid foi preso em relação às investigações sobre a fraude nos cartões de vacina do ex-presidente Bolsonaro e de familiares. Posteriormente, ele fez um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal e o STF, tendo o ex-presidente Jair Bolsonaro como o principal alvo da delação.
Posicionamento do Exército
O Exército emitiu uma nota afirmando que a lista de visitantes de Mauro Cid foi enviada ao STF de acordo com as diretrizes recebidas e que qualquer informação adicional seria fornecida ao tribunal quando solicitada.
A instituição destacou seu compromisso com o respeito às demais instituições da República.