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Influenciadora é denunciada por intolerância religiosa após associar tragédia no RS à religiões afro-brasileiras

MP pede medidas cautelares contra Michele Dias Abreu, que publicou vídeo em rede social com teor discriminatório sobre o RS

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou a influenciadora digital Michele Dias Abreu, de 43 anos. A mulher gravou um vídeo com teor de intolerância religiosa, ao comparar a tragédia do Rio Grande do Sul à religiões afro-brasileiras.

Através do seu perfil do Instagram oficial, que conta com mais de 30 mil seguidores, a mulher afirmou que as chuvas que ocasionaram as enchentes no estado seria resultado da ‘ira de Deus’. Assim, de acordo com suas palavras no vídeo, o motivo seria a grande quantidade de ‘terreiros de macumba’ na região.

Enchentes Rio Grande do Sul
Imagem: Divulgação/CNN

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Discurso de ódio com milhões de visualizações

O vídeo de Michele foi publicado no dia 5 de maio e até o momento, já alcançou mais de três milhões de visualizações. Nas imagens que mostram a devastação no estado, a influenciadora, que se descreve como cristã, realizou vários comentários discriminatórios contra as religiões afro-brasileiras.

Crime e indução à discriminação

Diante do vídeo e comentários de Michele, a promotora de Justiça Ana Bárbara Canedo Oliveira realizou uma denúncia ao MPMG. Assim, o órgão concluiu que as falas da influenciadora se configuram em crime de intolerância religiosa, que está previsto no artigo 208 do Código Penal Brasileiro.

Além disso, a promotora destacou que o perfil da influenciadora era público e conta com milhares de seguidores. Então, com sua ação, ela induziu outras pessoas à intolerância contra as religiões afro-brasileiras, preconceito e discriminação.

Medidas cautelares e possível pena

Com a gravidade das acusações, a promotora solicitou duas medidas cautelares à justiça. Em primeiro lugar, a proibição da influenciadora deixar o país sem autorização judicial. Além disso, de publicar novos conteúdos nas redes sociais com teor discriminatório contra as religiões afro-brasileiras ou com fake sobre a tragédia no Rio Grande Sul.

Se for condenada, Michele pode receber uma pena de dois a cinco anos de reclusão e pagamento de multa. Diante da denúncia, a influenciadora e sua defesa ainda não se manifestaram sobre a situação.

Combate à intolerância religiosa e à desinformação

O caso da influenciadora é mais um triste lembrete sobre a importância do combate a intolerância religiosa e informações falsas nas redes sociais. Além disso, é fundamental que as plataformas adotem medidas mais eficazes para evitar a disseminação de discursos de ódio como o de Michele. Assim, o ambiente virtual ficará mais seguro e inclusivo.

A luta por respeito e igualdade

As religiões que fazem parte da matriz africana são parte da cultura do Brasil, bem como, merecem proteção e respeito. Então, é inadmissível que as pessoas utilizem as redes sociais para discriminação contra crenças e propagação de preconceitos.

Juntos por um futuro mais tolerante e justo

Por outro lado, cabe a cada um de nós não aceitar esse tipo de discurso de ódio e promover o respeito à diversidade religiosa. Com isso, por intermédio da educação, é possível construir uma sociedade mais tolerante e justa.

Intolerância religiosa
Imagem: Reprodução/Secretaria Justiça/SP

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