Lula deve exonerar ministra que fez campanha com miliciano? Entenda
A nova ministra do Turismo, Daniela Carneiro foi assunto nos últimos dias após vir à tona fotos da política fazendo campanha ao lado do ex-PM Juracy Alves Prudêncio, o Jura, miliciano na região da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.
O caso repercutiu inclusive entre os próprios ministros, e o novo ministro da Justiça, Flávio Dino se manifestou dizendo: “é preciso ir com calma”.
O novo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se manifestou sobre o caso.
Ministra do turismo faz campanha ao lado de miliciano
A nova ministra do turismo, conhecida como Daniela do Waguinho, fez campanha nas eleições de 2018 ao lado de Jura, conhecido por liderar uma milícia no Rio de Janeiro. Jura também ocupou o cargo de Diretor do Departamento de Ordem Urbana, na prefeitura de Belford Roxo, quando era prefeito o marido de Daniela, Wagner dos Santos Carneiro.
Na época em que ocupou o cargo na prefeitura, Jura estava em regime semiaberto, após ser condenado a uma pena de 26 anos por associação criminosa e homicídio.
Ao ser questionado sobre a ligação da ministra com o miliciano, o novo ministro da Justiça, Flávio Dino alegou:
“A bem da verdade, políticas e políticos do Brasil, principalmente em momentos eleitorais, e, hoje, nesses dias de celular, têm fotos com todo mundo. O fato de ter uma foto com A, B ou C não significa ter ligação com as atividades eventualmente ilegais dessas mesmas pessoas. Eu penso que é possível, que é necessário a própria imprensa esclarecer melhor isso. Mas, até aqui, pelo que eu vi pela sua pergunta, se é uma foto não dá para jogar por foto.”
O cientista político Carlos Pereira também foi indagado pela Folha de São Paulo sobre a possibilidade de acusação contra Lula sobre improbidade administrativa, ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da administração pública, previsto na Lei 14.230/21:
“Potencialmente sim. Mas identifico muito mais uma perda política e reputacional para o novo governo do que um problema jurídico. Pelo menos no curto prazo.”
A assessoria de Daniela se defendeu, alegando que o apoio político recebido pelo ex-PM não significa compactuar com eventuais crimes cometidos por ele.
Fonte: IstoÉ