Após 8 anos da morte de aluna em excursão, funcionários da escola viram réus na Justiça de SP
Funcionários da escola tornam-se réus por suspeita de negligência na morte de uma estudante
Investigações sobre a morte de uma aluna que ocorreu em 2015 tornaram-se vitais novamente. Na ocasião, Victoria, uma estudante, estava em uma atividade extracurricular na Fazenda Pereiras, em Itatiba, São Paulo. Seu corpo foi encontrado em um matagal após alegar que iria ao banheiro sozinha. Agora, em 2023, funcionários da escola foram denunciados e tornaram-se réus, acusados de negligência que pode ter levado à morte da estudante.
Em 14 de setembro deste ano, a acusação contra os funcionários foi proposta pelo promotor e aceita pelo juiz Ezaú Messias dos Santos, do Foro de Itatiba. O processo será digitalizado e as datas para as audiências serão definidas. Inicialmente, a causa da morte foi considerada um homicídio ainda não identificado, mas o procedimento poderá ser retomado caso surjam novas informações.

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Quais são os detalhes do indiciamento dos funcionários pela morte?
No dia 10 de julho de 2023, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) havia indiciado os dois professores que estavam acompanhando os alunos na época do incidente, alegando que eles tinham sido omissos em suas obrigações e essa possível negligência resultou na morte da estudante.
O delegado Nilson Lucas Júnior ordenou o indiciamento por abandono de incapaz com resultado morte, uma acusação penal que, se resultar em condenação, pode implicar em uma reclusão de quatro a doze anos. Até o momento, está pendente o contato com a defesa dos réus e da fazenda.
No dia do incidente, a Victoria, juntamente com aproximadamente 30 alunos, estava na Fazenda Pereiras. A estudante teria dito que ia ao banheiro e a ida sozinha foi permitida. O corpo de Victoria foi encontrado em local ermo e a denúncia sugere que os professores não procuraram onde a vítima estaria após algum tempo de ausência.
O promotor decidiu que se tratava de abandono de incapaz, pois os coordenadores permitiram a excursão que apresentava um baixo número de professores e monitores para o acompanhamento dos alunos.
Os laudos dizem algo sobre a causa da morte?
No momento do incidente, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Jundiaí apontou uma morte por causa indeterminada. Victoria era uma menina saudável, segundo seu pai, João Carlos Siqueira Natalini. Os exames indicaram que a jovem não apresentava sinais de consumo de drogas ou álcool, e nem sinais de violência sexual.
Novos exames, realizados por peritos particulares contratados pelo pai da vítima, concluíram que Victoria morreu por “asfixia mecânica, na modalidade de sufocação direta”. A acusação agora é uma prova crucial para o desenrolar do caso, pois pode resultar na condenação dos indiciados.
Fonte: G1