A morte da ‘mulher de Isdalen’: conheça o maior mistério de história da Noruega
Mistério de meio século reacende na Noruega com auxílio da tecnologia, mulher de Isdalen
Um mistério datado de 1970 assombra ainda hoje a Noruega. Na paisagem inóspita do vale de Isdalen, foi encontrado o corpo de uma mulher, inidentificável e gravemente queimada. Inicialmente considerado um caso sem solução, graças aos avanços da ciência e tecnologia, o caso foi reaberto e o fantasma da “Mulher de Isdalen” voltou a assombrar a pacata Noruega.
A enigmática mulher, cujo rosto fora destruído pelas chamas, deixou um rastro de pistas codificadas, disfarces e identidades falsas. Os investigadores do caso, desde então, se esbarraram em um muro de mistério e conspiração, sem conseguir elucidar a origem ou o destino da mulher.
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Um mistério enterrado?
De acordo com o relato das investigações, a “Mulher de Isdalen” foi encontrada jazendo, numa posição de boxeador, entre pedras do vale de Isdalen, um local conhecido como “Vale da Morte”. A região, situada na costa oeste da cidade de Bergen, foi, durante muito tempo, associada a suicídios e, nos anos 1960, numerosos acidentes de alpinismo.
No entanto, a identidade da mulher continuava a intrigar investigadores e a população da Noruega. Suas roupas careciam de etiquetas e todas possíveis marcas de identificação foram meticulosamente removidas. Suas roupas queimadas e a falta de informação sobre a vítima criavam uma atmosfera de enigma e especulação.
Espiã em terras nórdicas?
Diante das circunstâncias em que o corpo da mulher foi encontrado e o posterior encontro de suas bagagens, que continham roupas, várias perucas, dinheiro de diversos países, cosméticos, entre outros objetos, começou a fluir a teoria de que a “Mulher de Isdalen” poderia ter sido uma espiã em plena Guerra Fria.
Essa suposição aumentou quando foi descoberto um bilhete codificado em uma de suas malas. Segundo o autor Gunnar Staalesen, famoso por romances policiais, durante a Guerra Fria, havia muitos espiões na Noruega, incluindo espiões russos e agentes israelenses, o que poderia corroborar com a teoria.
A ciência a favor da verdade
Anos se passaram e o caso que paralisara a Noruega acabou esquecido, ou ao menos relegado a um passado distante. No entanto, em 2016, com os avanços da ciência forense, foi possível reabrir a investigação do caso da “Mulher de Isdalen”.
Foram efetuadas análises dos isótopos em seus dentes, que poderiam indicar vestígios de sua origem, e sua arcada dentária, reconhecidamente incomum para a região, foi enviada para especialistas ao redor do mundo com o objetivo de identificar o trabalho odontológico e ajuda na identificação da mulher.
Quem era a Mulher de Isdalen?
Após análise de DNA e revisita às provas e evidências do caso, a polícia pôde descartar algumas teorias e chegar mais perto do retrato real da mulher. Os resultados do DNA indicaram que a vítima era de origem europeia, o que tornou menos provável a teoria de que a Mulher de Isdalen fosse uma espiã israelense.
No entanto, ainda que a ciência tenha colaborado para retomar a trilha da misteriosa mulher, seu verdadeiro nome e sua história continuam sendo um enigma para a Noruega, mesmo após meio século desde sua morte. A esperança é que a tecnologia continue auxiliando nas investigações e, em breve, possa finalmente dar um nome e uma história para a misteriosa Mulher de Isdalen.