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Morte de ganhador da Mega: o que se sabe até o momento

Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ganhador de R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em 2020, foi sequestrado em 13 de setembro e encontrado praticamente sem vida e com sinais de espancamento, na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia (SP). A vítima foi socorrida mas não sobreviveu.

A Polícia Civil está investigando o caso de assassinato do ganhador da Mega Sena

Segundo a Polícia, Jonas Lucas saiu para fazer uma caminhada na manhã de 13 de setembro e foi sequestrado. A advogada da família relatou à polícia que o homem havia levado apenas carteira e documentos. Ao final do dia, como não foi mais possível contatá-lo, familiares registraram ocorrência de desaparecimento na delegacia eletrônica.

Ele foi encontrado às margens do Km 104 da rodovia, praticamente sem vida, e quando socorrido pela ambulância da Autoban e encaminhado ao Hospital Mário Covas, não resistiu.

A polícia estima que a vítima ficou cerca de 20 horas em poder dos criminosos, que retiraram R$ 20,6 mil de sua conta, por saques e transferência. Os suspeitos tentaram retirar R$ 3 milhões da conta de Jonas, mas a transação não foi autorizada por conta do alto valor.

Quatro suspeitos já foram identificados

A Divisão de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba (SP), responsável pela investigação, já identificou quatro suspeitos. Rogério de Almeida Spínola (48 anos), está preso, e possui várias passagens pela polícia por crimes de roubo, furto e estelionato. O suspeito nega participação no crime

Outra suspeita é Rebeca (24 anos), que também já está presa. Segundo a Polícia Civil, foi para uma conta no nome dela que os suspeitos transferiram parte do dinheiro da vítima.

Marcos Vinicyus Sales de Oliveira (22 anos), está foragido, e segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior 9 (Deinter 9), Kleber Altale, Marcos Vinicyus, conhecido como Vini, dirigia um dos dois veículos usados no sequestro da vítima, uma caminhonete S-10. A Justiça decretou a prisão dele, mas o suspeito não foi encontrado.

O ganhador da Mega foi abordado quando saia, a pé, de uma padaria, e obrigado a entrar na caminhonete.

A delegada Juliana Ricci afirma que foi Marcos Vinicyus o responsável pelos dois saques de R$ 1 mil e pela transferência no valor de R$ 18,6 mil da conta de Jonas Lucas. O suspeito foi flagrado por câmeras de segurança em uma agência da Caixa Econômica de Campinas, onde realizou as transações.

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Um dos suspeitos fazendo saques com o cartão da vítima. Imagem: G1

Roberto Jeferson da Silva, o Gordo (38 anos), também está foragido. Ele dirigia o Ford Fiesta preto também usado para abordar o milionário morto. A participação dele não foi detalhada pelos policiais civis. 

Ganhador da mega seguia a mesma rotina todos os dias

A Polícia Civil afirmou que Jonas Lucas morreu por conta do prêmio que ganhou na mega em 2020. De acordo com as investigações, os suspeitos não conheciam a vítima diretamente, mas tinham conhecimento da situação financeira dele e da rotina.

A investigação também afirma que os criminosos usaram de “violência extrema” para que o milionário fornecesse os dados bancários. Entre as pessoas que prestaram depoimentos, estão familiares, amigos e os ex-sócios do milionário.

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Jonas na padaria no dia do assassinato. Imagem: G1

Segundo relatos de vizinhos e amigos, “Luquinha”, como era conhecido, costumava ajudar muito as pessoas e mantinha hábitos “muito simples” mesmo depois de vencer o prêmio da Mega. Ele não tinha mulher e nem filhos, e continuou morando na mesma casa, no Jardim Rosolém, com a irmã e um irmão.

Jonas levantava todos os dias às 5h30 e ia até a mesma padaria comprar pão para levar aos irmãos, rotina que ele manteve inclusive no dia que foi sequestrado. Os criminosos o pegaram após ele entregar os pães pra irmã e ir caminhar.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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