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MPF quer evitar o comércio de carne de animais criados em áreas desmatadas da Amazônia

O Ministério Público Federal (MPF) está monitorando o gado abatido em frigoríficos na região amazônica, com evitar o comércio de carne de animais criados em áreas desmatadas.

Até pouco tempo, apenas os bovinos do Pará eram monitorados. Agora, entraram na lista todos os estados do bioma Amazônia.

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Imagem: Marcelo Casall Jr/Agência Brasil

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Iniciativa provém de acordo assinado pelo MPF

O MPF e algumas empresas assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em 2018. Pelo acordo, os signatários precisam contratar auditoria para acompanhar o rastreamento dos bovinos abatidos.

Em relação às empresas que não assinaram o termo, e não contrataram auditoria própria para avaliar suas compras, o MPF realiza as análises, de forma automárica, com base nos dados disponíveis de Guia de Trânsito Animal e Cadastro Ambiental Rural (CAR).

As informações permitem ao público nacional e internacional saber quais são as empresas em toda a região amazônica que indicaram estar abertas à análise de suas compras de matéria-prima, para garantir o respeito à legislação socioambiental.

O procurador da República, Ricardo Negrini, diz que “as empresas que não se adequam e não fazem auditorias estão prejudicando a Amazônia. São empresas que estimulam uma série de irregularidades e de crimes, e o combate a esse tipo de atuação é o alvo principal de novas ações que o MPF vai ajuizar”.

Resultados da iniciativa

No Pará, onde outros quatro ciclos de auditorias já haviam sido realizados, a aferição deste ano abrangeu 78% do número de animais comercializados no estado. O dado levantado representa 11 pontos percentuais a mais que no ciclo de auditorias anterior.

No total, o número de animais comercializados no estado por empresas auditadas chegou a 2,7 milhões de unidades no ciclo de auditorias realizadas e divulgadas em 2023. O grau de inconformidade caiu de 10,40% do total de animais auditados no primeiro ciclo de auditorias, cujos resultados foram divulgados em 2018, para 4,81%, no ciclo divulgado agora.

O MPF e as instituições parceiras desejam que os números no Pará continuem em queda e que o comportamento também se repita nos demais estados na região amazônica.

A partir da análise de três frigorícios analisados no Mato Grosso, todos com várias unidades no estado, dois tiveram 100% de conformidade e um deles de 98%.

Em Rondônia, uma empresa também apresentou 100% de respeito às normais socioambientais envolvendo os animais abatidos. E outra teve 88%.

No Acre, três frigoríficos foram auditados, com percentual de conformidade variando de 90% a 97%.

Já no Amazonas, das dez empresas que passaram por auditoria, duas apresentaram 100% de conformidade. As demais variaram de 86% a 99%.

O MPF, após as análises já realizadas, dará continuidade aos trabalhos para a execução dos TACs das empresas signatárias não colaboradoras e ajuizará ações contra empresas que não assinaram TAC.

Ademais, estão previstos o envio de recomendações aos varejistas e instituições financeiras e a realização de trabalho conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para fiscalização prioritária das empresas sem auditoria.

Fonte: CNN Brasil

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