Mulher assassinada pelo marido já havia feito B.O em outubro contra o PM
Aumento alarmante nos casos de feminicídio na cidade de São Paulo
Em uma ocorrência chocante ocorrida domingo, 3 de novembro, um soldado da PM foi preso em flagrante após um ato violento contra sua esposa, Erika. Segundo consta nos registros policiais, o soldado, identificado como Thiago, agrediu Erika com vários socos e disparos na região de Perus, na Zona Norte de São Paulo.
Alegando que a esposa tentou retirar sua arma de serviço, uma pistola Glock calibre .40, ele disparou um tiro de advertência para o alto e, subsequentemente, fez mais disparos contra ela. As autoridades enquadraram o caso como feminicídio, uma categoria específica de homicídio que envolve “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.
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Como esse horrível incidente se desenrolou?
Já em 30 de outubro, Erika havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça no contexto da violência doméstica, porém, optou por não fazer uma representação criminal contra seu marido. Segundo o relato de Erika, após uma noite em uma casa noturna, Thiago discutiu com ela por ciúmes e, continuando a discussão em casa, ele a ameaçou com a arma, dizendo que ela não veria as filhas crescerem. Porém, apesar da gravidade da ameaça, em sua oitiva na Delegacia de Defesa da Mulher, ele negou ter ameaçado a esposa.
Na segunda-feira, 4 de novembro, após ser apresentado em audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em flagrante de Thiago em preventiva, garantindo assim, que ele permanecerá preso por tempo indeterminado até ser julgado pelo crime. Thiago foi levado para o Presídio da PM Romão Gomes, na Zona Norte. Procurada para comentar sobre o caso, a defesa dele não foi localizada.
O que dizem as imagens do crime cometido pelo PM?
Uma câmera de segurança nas proximidades do local registrado a discussão e os subsequentes atos violentos de Thiago contra Erika. As imagens mostram Erika tentando tirar Thiago do veículo, seguido por uma discussão e a série de socos que Thiago desferiu em Erika antes de atirar contra ela. Depois do ocorrido, o soldado leva Erika até o Pronto-Socorro de Taipas, onde sua morte foi confirmada.
A polícia apreendeu a pistola usada no crime para perícia e a Corregedoria da PM foi acionada para apurar o ato de Thiago, que também responderá criminalmente na Polícia Civil. A cidade e o país passam a refletir sobre a gravidade dos casos de feminicídio que cresceram 62% neste ano em comparação com 2018, mostrando que ainda há muito a ser feito na luta contra a violência à mulher.