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Mulheres condenadas por homicídio recebem penas 2 vezes maiores que homens; entenda

O fenômeno “Mulheres que Matam”: uma análise dos crimes cometidos por mulheres e seu impacto na sociedade

Quando se depara com uma notícia de que um homem assassinou sua parceira, você certamente sentirá um arrepio correndo pela espinha. Contudo, como você reagiria ao saber que uma mulher matou o marido com nove tiros? Embora ambos os crimes sejam igualmente horrendos, parece que “mulher assassinada” é mais facilmente compreendido pela sociedade do que “assassina”, o que causa um desconforto muito maior.

Para explicar por que esse fenômeno ocorre, é importante entender a natureza dos crimes cometidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, 11% dos homicídios em 2019 foram cometidos por mulheres. Isso nos leva a perguntar: por que a noção de uma “assassina” é tão chocante?

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Por que são vistas de maneira diferente?

Esta é uma pergunta multifacetada, mas uma das respostas tem a ver com como nosso sistema judiciário lida com tais casos. De acordo com a advogada Sunny Schwartz, que dedicou sua carreira à reforma dos programas prisionais nos EUA, o sistema é injusto com as mulheres. Em muitos casos, mulheres que cometeram homicídios estavam se defendendo de violência e abuso, mas esta realidade não é geralmente refletida em suas sentenças. Essa disparidade nas condenações cria uma imagem pública distorcida das mulheres que matam.

Quais são as histórias?

Para ilustrar esta questão, vamos considerar duas histórias. Primeiramente, temos Crystal, uma ex-oficial da polícia militar condenada por assassinar seu marido abusivo. Crystal cresceu em um ambiente abusivo e acabou entrando em uma série de relacionamentos abusivos na vida adulta. Quando ela conheceu Richard, um discreto analista de sistemas de computador, ela pensou que tinha encontrado o amor tranquilo que tanto desejava. Infelizmente, essa esperança não durou.

Em seguida, temos a história de Sarah, condenada pelo assassinato de sua própria filha recém-nascida. Sarah cresceu em um ambiente conturbado com pais alcoólatras e violentos. Quando ela se tornou mãe, ela estava lutando com a depressão pós-parto e a perspectiva de cuidar de um bebê com uma doença terminal.

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Imagem: Ver o fato

São essas mulheres simplesmente monstros ou existem fatores subjacentes a serem considerados?

Essas histórias são trágicas e complexas, mostrando que quando se trata de mulheres que matam, nem sempre as coisas são tão preto no branco. O episódio, parte do programa da jornalista Lisa Ling, explora mais profundamente essas questões, reunindo uma série de especialistas e depoimentos de mulheres condenadas por homicídios.

Embora seja essencial entender que matar é uma ação errada, é igualmente importante entender os fatores que levam pessoas, particularmente as mulheres, a cometer tais atos. Com uma compreensão mais completa e equilibrada do fenômeno das “Mulheres que Matam”, talvez possamos começar a mudar as visões generalizadas e estereotipadas que a sociedade tem sobre essas mulheres.

Redação

O Canal Ciências Criminais é um portal jurídico de notícias e artigos voltados à esfera criminal, destinado a promover a atualização do saber aos estudantes de direito, juristas e atores judiciários.

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