Nazismo e escravidão de crianças: como um tijolo revelou uma história sombria do Brasil
Revelando um escândalo da década de 1930: a suástica em solo brasileiro
A década de 1930 é marcada por eventos devastadores na história global, principalmente pelos horrores da Segunda Guerra Mundial e o avanço do nazismo. No entanto, você já imaginou que esses acontecimentos poderiam ter alguma relação com o Brasil?
Dessa forma, somos transportados para o caso do Sr. José Ricardo Rosa, conhecido como “Tatão”, que segurando um tijolo com a suástica nazista, nos conta uma história que até hoje pouco sabíamos.

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A Suástica Nazista em uma Fazenda do Brasil – Como Isso Aconteceu?
Na investigação conduzida por Aguilar Filho, o pesquisador encontrou evidências que mostram como o Brasil da década de 1930 viu o surgimento de um culto ao nazismo, especificamente na Ação Integralista Brasileira (AIB). Essa organização política chegou a alcançar entre 100 mil e 200 mil adeptos em seu auge, principalmente entre as classes médias urbanas.
Desta forma, a pesquisa de Aguilar Filho contou com um episódio importante. Em 1933, Osvaldo Rocha Miranda solicitou a guarda legal de 50 órfãos do Rio de Janeiro e os levou para uma fazenda da família no interior paulista. A fazenda servia como local de eventos para os integralistas, sendo emblemática na disseminação do nazismo no Brasil.
O “Country Club” dos Escravistas Nazistas
Os órfãos foram forçados a trabalhar na fazenda de Miranda, vivendo sob condições opressivas e brutais. Os relatos descrevem um regime de trabalho forçado, onde as crianças eram mantidas na linha através de castigos físicos severos. O único alívio do trabalho árduo eram os breves momentos de alegria proporcionados pelo futebol.
O caso veio à tona na década passada, quando Aguilar Filho defendeu sua tese de doutorado sobre o assunto.
Repercussões Históricas do Caso
Fora da academia, o caso ganhou repercussão nacional, levando especialistas a vistoriarem a fazenda para possível tombamento. Em 2022, o governo do estado de São Paulo aprovou o tombamento da Fazenda Cruzeiro do Sul e da Estação Ferroviária Engenheiro Hermillo, locais que constituíam a rota dos meninos trazidos do Rio.
Esta decisão, apesar de controversa para alguns, é vista como uma maneira de preservar a história das violações dos direitos humanos e prevenir que tais horrores se repitam.
Fonte: UOL