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Em julgamento de corrupção, Neymar afirma que assinava os documentos que seu pai pedia

Ontem, segunda-feira (17), iniciou-se em um Tribunal de Barcelona, o julgamento do processo por corrupção a que responde Neymar Jr sobre as supostas irregularidades na sua polêmica transferência do Santos para o Barcelona em 2013. O primeiro dia ocorreu a apenas um mês do início da Copa do Mundo do Qatar. 

Na segunda-feira, Neymar não prestou depoimento. Já nesta terça-feira (18), ele afirmou, em julgamento, que assinava os documentos que seu pai pedia.

Segundo o jogador, ele não se recorda se participou das negociações com o Barça em 2011. Este seria um dos pontos mais importantes do processo, que irá determinar se o grupo DIS – fundo de investimentos que na época tinha parte dos direitos econômicos do atleta – foi vítima de fraude ou não durante a operação.

Veja as respostas de Neymar Jr. às perguntas feitas pela Promotoria

A Promotoria acusa o jogador de corrupção e pede a imposição de uma pena de dois anos de prisão, além do pagamento de multa de 10 milhões de euros (cerca de R$ 51,8 milhões). Às perguntas feitas pela acusação, Neymar respondeu:

Meu pai sempre cuidou das negociações de contrato. Eu assino o que ele pede.

Segundo o jogador, o sonho dele sempre foi jogar no Barça, razão pela qual ele teria priorizado a oferta do clube catalão ao invés das outras equipes, tal qual o Real Madrid.

Pouco depois, Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar Jr., afirmou que este nunca participa das negociações, além de afirmar ter recebido propostas do clube de Madri desde 2009.

Os advogados de Neymar conseguiram autorização para que o atacante e seus pais, também réus na ação, deixassem o tribunal por algumas horas durante a audiência inicial, para que o jogador pudesse descansar do jogo contra o Olympique de Marselha, no campeonato francês, do qual havia participado. Veja o vídeo abaixo:

Além do jogador, seus pais, os ex-presidentes do Barcelona Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu e o ex-presidente do Santos Odílio Rodrigues Filho,o  FC Barcelona, o Santos FC e a empresa fundada pelos pais de Neymar para administrar sua carreira também são alvos da ação.

Todos acima são acusados pelo fundo de investimentos DIS por suposta ocultação do valor real de sua transferência para o Barça em 2013.

Os advogados do jogador e sua família negam a prática de qualquer ilicitude e entendem que a Espanha não tem competência legal para julgar o caso.

O processo é conhecido como “Neymar 2” e faz parte de mais um capítulo judicial ocasionada pela transferência do atacante para o Barcelona em 2013, que incluiu uma multa de 5,5 milhões de euros por irregularidades fiscais para o clube catalão, além de várias ações judiciais iniciadas após a saída súbita do jogador para o PSG em 2017.

Fonte: Extra

Priscila Gonzalez Cuozzo

Priscila Gonzalez Cuozzo é graduada em Direito pela PUC-Rio, especialista em Direito Penal e Criminologia pelo ICPC e em Psicologia pela Yadaim. Advogada e Consultora Jurídica atuante nas áreas de Direito Administrativo, Tributário e Cível Estratégico em âmbito nacional. Autora de artigo sobre Visual Law em obra coletiva publicada pela editora Revista dos Tribunais, é também membro do capítulo brasiliense do Legal Hackers, comunidade de inovação jurídica.

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