O que se sabe até agora sobre o caso Roberto Jefferson
Roberto Jefferson é advogado, político e ex-deputado-federal pelo estado do Rio de Janeiro. Recentemente ele foi indiciado pela polícia federal por tentativa de homicídio contra quatro policiais. Dois deles ficaram feridos.
Por que Roberto Jefferson foi preso
O ex-deputado estava preso em regime domiciliar e fazia uso de tornozeleira eletrônica após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal. O ministro Alexandre de Moraes determinou que ele fosse levado para o regime fechado, após declarões que teria feito sobre o processo eleitoral e alguns ministros da Suprema Corte.
Em despacho feito por Alexandre de Moraes, ele afirma que Roberto Jefferson recebeu visita e repassou orientações a dirigentes do PTB, concedeu entrevista à rádio Jovem Pan e divulgou notícias fraudulentas contra ministros do STF, além de ter usado as redes sociais da sua filha para xingar a ministra Carmen Lúcia.
Segundo a lei eleitoral, Roberto não poderia ser preso a partir dessa segunda-feira (24), por essa razão, o ministro expediu a ordem de prisão no domingo. No entanto, o ex-deputado recebeu os agentes da polícia federal que foram à sua casa cumprir a ordem com disparos de fuzil e granada. E em vídeo gravado dentro de sua casa, ele disse:
“Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los.”
Em outro vídeo, ele diz:
“Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego.”
Após oito horas de negociações que contaram com a ajuda do ministro da justiça, Jefferson se entregou e foi encaminhado à prisão.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcus Firme dos Reis, afirmou durante uma entrevista que pode ter acontecido um erro da preparação da equipe antes de ir cumprir o mandado, pois, segundo ele, Roberto Jefferson publicava, constantemente, vídeos com armas de fogo por meio de contas nas redes sociais.
Outro ponto que chamou a atenção da polícia federal, e segundo eles, será investigado, foi a quantidade de pessoas que haviam dentro da casa do ex-deputado, cerca de dez pessoas, dentre elas Padre Kelmon, que teria intermediado a entrega das armas do ex-deputado à PF.
O presidente da república também se manifestou sobre o ocorrido em suas redes sociais dizendo: “tratamento a quem atira em policial é o de bandido“. O chefe do executivo desmentiu ainda as alegações de que era amigo do ex-deputado, e disse que tem apenas uma foto ao lado dele.
O ex-presidente Lula também usou as redes sociais para se manifestar e disse que “não é um comportamento adequado, nem normal”, ele alegou ainda que a ação de Roberto Jefferson é fruto de uma “parcela raivosa da sociedade brasileira” criada durante o governo de Jair Bolsonaro.
Fonte: GHZ