Chega a 35 o número de ônibus queimados em ataque de milicianos do Rio; trem também foi alvo
Dia marcado por violência no Rio de Janeiro tem maior número de ônibus destruídos na história
Na última segunda-feira (23/10/2023), a cidade do Rio de Janeiro testemunhou um triste recorde histórico: o maior número de ônibus destruídos em um único dia. De acordo com o Rio Ônibus, sindicato que representa as operadoras de ônibus da cidade, um total de 35 veículos foram incendiados – 20 deles parte da operação municipal.
O sindicato caracterizou a violência, direcionada aos veículos de transporte coletivo, como o “pior ataque criminoso da história” no setor. Segundo eles, os incidentes expressam o resultado da inação do Estado frente a tanta violência, o que acaba prejudicando o livre direito de ir e vir dos cidadãos.
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O que levou a esse ataque histórico nos ônibus do Rio de Janeiro?
Motivados pela morte do sobrinho de um notório chefe de milícia, que controla a Zona Oeste do Rio, 35 ônibus e um trem foram destruídos. O jovem Matheus da Silva Rezende, conhecido no crime organizado como Teteu e Faustão, faleceu durante um confronto com a polícia na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz. Rezende era sobrinho de Luís Antônio da Silva Braga (o “Zinho”) e ocupava o segundo posto na hierarquia do crime organizado local.
Como o Estado está reagindo?
Em resposta ao ato de violência extrema, o governador do Estado do Rio, Cláudio Castro, confirmou a detenção de 12 indivíduos que tiveram participação direta nos incêndios. Os criminosos, apontados como responsáveis pelo que foram batizadas de “ações terroristas”, serão encaminhados para presídios federais.
Qual o impacto para a mobilidade na cidade?
Além dos 35 veículos destruídos apenas nesse dia na capital, a Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove), informou que, ao longo do ano, o Rio já teve 52 ônibus incendiados. Com isso, estima-se um prejuízo de aproximadamente R$ 35 milhões, levando em conta a necessidade de substituir os veículos danificados. O fato amplia ainda mais a crise no setor de transporte público, pois não há seguro que cubra esse tipo de destruição criminosa, o que acaba prejudicando diretamente a população que depende diariamente dos coletivos.
Fonte: Metrópoles