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Orientações práticas para iniciar na Advocacia Criminal

Orientações práticas para iniciar na Advocacia Criminal

A Advocacia Criminal sempre foi polêmica, a bem da verdade, mal compreendida, percebida através de uma relação de amor e ódio: venerada por muitos e odiada por tantos outros.

Não faltaram – e não faltam! – desavisados e mal-intencionados tentando incriminar o sagrado mister do Criminalista. O Advogado Criminal é aquele que, contra tudo e contra todos, parafraseando Castelo Branco, sente como próprio o agravo alheio e, assim, arma-se cavaleiro. O Advogado Criminalista tem como missão salvar os inocentes perseguidos e socorrer os culpados – arrependidos ou não –, auxiliando-os no processo da utópica reinserção social.

O Advogado é indispensável à Administração da Justiça (art. 133 da CF) e, no seu ministério privado, presta serviço público e exerce função social (art. 2º, §1º, da Lei n.º 8.906/1994).

Se me fosse permitido sugerir algumas rápidas dicas para o exercício da Advocacia Criminal, a primeira seria: saiba quem tu és e qual o teu valor. Posicione-se no mercado e paute o seu trabalho sempre, sem exceção, nos postulados da ética, do respeito e da lealdade.

Não serão poucas as prerrogativas violadas

Durante o exercício da profissão não serão poucas as situações abusivas, absurdas, ilegais enfrentadas; não serão poucas – infelizmente – as prerrogativas violadas. A orientação, para estas situações, é: sempre, sempre, mas sempre mantenha a postura e a cautela. Se faltarem com respeito, não responda na mesma medida. Responda com respeito aos que faltam com educação, mas, atenção, respeito e educação não se confundem com covardia e submissão.

O Advogado há de ser forte, combatente, deve ter resistência e inteligência para suportar as chibatadas do dia a dia; deve lembrar, sempre, que o que importa, no exercício da profissão, não é o nome do Advogado, não é a sua imagem, o seu apreço social, não é a vaidade do profissional, senão o seu cliente. Busque o melhor resultado para o seu constituinte e não para a imagem/reputação do Advogado.

Como calcular a hora de trabalho?

No início da profissão, é muito importante saber qual o valor da sua hora profissional, o quanto vale o seu tempo, qual o valor adequado para a cobrança da consulta e o valor de seus honorários. Tenha a tabela da OAB como um parâmetro de valor mínimo. O contrato de honorários advocatícios é indispensável. Além disso, é interessante possuir a sua marca, o seu nome, para fins de reconhecimento do trabalho.

Sobre orientações práticas, leia também:

4 dicas essenciais para atuar em audiências criminais

Mais orientações práticas pertinentes

Como a Advocacia Criminal exige atenção 24h, recomenda-se, também, que se tenha documentos preparados em local de fácil acesso (como numa pasta que sempre carrega junto ou no interior do veículo automotor), como procuração e requerimentos de acesso aos expediente investigativos, porquanto, apesar de manifestamente ilegal, não é raro o acesso ao Inquérito Policial, por exemplo, ser indeferido pela Autoridade Policial, especialmente quando o Advogado não apresentar um requerimento formal de acesso, seguido da procuração do constituinte.

Infelizmente o mundo da realidade não é o mundo do dever ser. O mundo da perfeição abstrata da norma não vigora na realidade. Todavia, é tarefa do Advogado se fazer respeitar e fazer valer as suas prerrogativas.

Lembre-se de algo muito importante: quem ganha com a briga? A vaidade ou o cliente? Ela vale a pena?

Enfim, esses são somente alguns contextos e questões relevantes de serem observadas no âmbito da Advocacia Criminal. Aqui, no Canal Ciências Criminais, aprofundar-se-á, através de brilhantes cursos, nas matérias relacionadas ao âmbito da Advocacia Criminal, com a finalidade de auxiliar os seguidores deste seleto Canal que almejam ingressar ou se aprimorar na Advocacia Criminal.


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Guilherme Kuhn

Advogado criminalista. Pesquisador.

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