Ouvidoria: PM que se recusou a ajudar jovem é alvo de ataques criminosos e misoginia em grupos de policiais
Preocupações com a saúde mental da Soldado Tamires Borges
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo expressou inquietação em relação à saúde mental da soldado da PM Tamires Borges Coutinho Siqueira, protagonista de um vídeo em que recusa auxílio a um jovem sob a ameaça de uma arma, na zona norte de São Paulo, no último domingo (12).
Recusa de socorro e ataques virtuais
No vídeo, a soldado, alegando estar “de folga”, nega socorro e chega a agredir o jovem, suspeito de furto. A Ouvidoria revela que a soldado está sendo alvo de ataques em grupos de policiais no WhatsApp, onde memes relacionados ao incidente circulam amplamente, causando sofrimento psicológico à policial.
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Pedido de intervenção da ouvidoria ds PM
Diante dessa situação, a Ouvidoria enviou um ofício à Polícia Militar sugerindo a criação de uma normativa, sob a alçada do comando-geral, proibindo a disseminação de conteúdos depreciativos, jocosos ou que prejudiquem o moral de indivíduos, sejam eles policiais ou civis, em grupos que incluam membros da PM.
Repúdio à violência e preconceito
A Ouvidoria, em comunicado, repudia qualquer forma de violência, incluindo as de natureza psíquica e emocional. Destaca que a saúde mental das forças policiais é um de seus focos de trabalho e não pode compactuar com atitudes permeadas por preconceitos e misoginia, que podem causar danos irreparáveis, principalmente às mulheres.
Consequências para a Soldado Tamires Borges
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a soldado Tamires Borges está afastada dos serviços operacionais até a conclusão do Inquérito Policial Militar instaurado para investigar os fatos. A pasta considera a atitude da policial grave, pois não está em conformidade com os procedimentos operacionais e preceitos fundamentais da corporação.
Histórico de solidariedade
Vale ressaltar que em março de 2021, a soldado Tamires Borges participou de uma ação solidária ao ajudar Matheus de Quadros, vítima de um golpe, a retornar para casa. Na época, a PM reconheceu sua atitude elogiável, concedendo-lhe a Medalha do Mérito Comunitário.
Em entrevista à Folha, Claudio Silva, ouvidor da polícia, enfatiza a busca pelo respeito aos direitos humanos e aponta que, embora a soldado tenha cometido um erro, os ataques virtuais contra ela configuram crimes que precisam ser interrompidos.
