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Padrasto de autor de ataque a creche de SC diz que ele jamais deveria ter saído da prisão

Há dois anos, o motorista de aplicativo Edson, que é padrasto do homem que matou quatro crianças em uma creche em Blumenau, Santa Catarina, tem vivido longe de sua família. Ele sofreu sequelas graves no lado direito do corpo após ser atacado pelo assassino.

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Edson se mudou para Fortaleza com medo de morrer, deixando para trás sua cidade natal e a mãe do criminoso, com quem conviveu por quatro anos.

Em entrevista à Jovem Pan News, o padrasto falou sobre o trauma do ataque e do processo doloroso de se separar da mulher que considerava uma pessoa maravilhosa. Ele deverá prestar depoimento à polícia na próxima terça-feira, 11, enquanto o resultado do exame toxicológico do assassino ainda está por vir.

O motorista de aplicativo sofreu um ataque violento e ainda hoje não sabe se foi atingido por uma faca de cozinha ou um canivete. A agressão causou danos irreparáveis em seu corpo, afetando seu nervo cervical e um de seus rins. Além disso, o padrasto também tem várias cicatrizes em seu braço.

A prisão do agressor lhe trouxe um sentimento de alívio e justiça, mas também profunda tristeza pelo o que o agressor fez com as crianças inocentes.

O assassino se envolveu com usuários de drogas e, após várias tentativas de reabilitação, retornou ao mundo das drogas.

Padrasto chegou a pedir medidas protetivas, mas a polícia informou que elas somente são concedidas a mulheres

Ele tentou matar o padrasto durante um surto de droga, além de ter ameaçado seu cachorro. O motorista chegou a pedir medidas protetivas, mas a polícia informou que elas só são concedidas a mulheres.

Ao receber a notícia da chacina por meio de amigos em comum no WhatsApp, o motorista Edson ficou profundamente triste e desapontado com a justiça, que falhou ao permitir que o autor do ataque – que já havia cometido outros delitos, incluindo uma tentativa de assassinato contra Edson – saísse da prisão.

Edson acredita que o ex-enteado, que é filho único e cresceu sem pai, foi influenciado por colegas viciados em crack a cometer o crime. Ele lamenta a tragédia e espera que a justiça seja feita para os pais que perderam seus filhos. Edson quer voltar para casa e ficar em paz com sua família.

Fonte: JP

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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