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Padre do balão: há 15 anos ocorreu a aventura com final trágico e viral na web

Em 20 de abril de 2008, o padre Adelir de Carli decidiu embarcar em uma aventura de balões de gás hélio, partindo de Paranaguá, Paraná, com destino a Mato Grosso do Sul. Essa jornada ficou conhecida como a aventura do “padre do balão” e se tornou uma memória marcante na história do Brasil.

Infelizmente, a viagem teve um final trágico quando os restos mortais de Adelir foram encontrados meses depois no mar, no estado do Rio de Janeiro.

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Neste 20 de abril de 2023, que marca 15 anos desde a jornada, o G1 relembra a história do padre e por que ele decidiu arriscar-se em tal aventura.

Adelir nasceu em Ampére, Paraná, em 8 de fevereiro de 1967, e tornou-se padre em agosto de 2003. Ele assumiu a Paróquia de São Cristóvão, em Paranaguá, no ano seguinte, e criou a Pastoral Rodoviária, um projeto que prestava serviços aos caminhoneiros da região, também em 2004.

Adelir, um paraquedista experiente, tinha como objetivo arrecadar dinheiro para financiar a construção de um espaço de descanso para caminhoneiros em uma cidade portuária. Ele chamou a atenção realizando “aventuras aéreas”, como voar a bordo de balões de gás hélio. Além disso, ele também denunciou a violência contra pessoas em situação de rua em Paranaguá, onde morava, em 2006.

Adelir sonhava em quebrar o recorde de voo com balões de gás hélio, voando por 20 horas. Antes disso, ele completou um voo de quatro horas com sucesso.

Em janeiro de 2008, ele percorreu 25 quilômetros da cidade de Ampére, no Paraná, até San Antonio, na Argentina, usando 600 balões de gás hélio e voando a uma altitude de 5.300 metros acima do nível do mar.

Antes de partir, padre Adelir celebrou uma missa especial sob chuva

Antes de sua viagem de balão de 20 horas de Paranaguá, no Paraná, a Dourados, em Mato Grosso do Sul, o padre Adelir foi acompanhado por fiéis, curiosos e pela imprensa. Ele celebrou uma missa especial sob chuva antes de partir.

Embora o tempo estivesse instável, Adelir decidiu continuar com o voo, e às 13h, partiu em uma cadeira presa a 1.000 balões. O equipamento de voo do padre incluía paraquedas, capacete, roupas impermeáveis, aparelho de GPS, celular, telefone por satélite, coletes salva-vidas, traje de voo térmico, alimentos e água.

Surpreendentemente, apenas 20 minutos após a partida, Adelir alcançou uma altitude de 5.800 metros acima do nível do mar, quase o dobro do que estava previsto. Ele entrou em contato com a equipe em terra para informar que estava bem, apesar do frio intenso.

Antes de perder totalmente a comunicação com as autoridades, o padre informou que as condições climáticas eram desfavoráveis e que estava tendo problemas com o dispositivo de navegação GPS. Ele solicitou ajuda para operá-lo e fornecer suas coordenadas de latitude e longitude, pois o celular via satélite estava perdendo o sinal e a bateria estava acabando.

O último contato do padre com a Polícia Militar aconteceu à noite, em 20 de abril, quando ele estava a cerca de 25 quilômetros do município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina.

As investigações concluíram que o mau tempo o teria levado em direção ao mar e, por meses, o padre foi considerado desaparecido, com diversas equipes de busca, incluindo a Marinha, a Aeronáutica e um grupo de bombeiros voluntários, vasculhando o mar de Santa Catarina por um mês.

Em 4 de julho de 2008, o corpo do padre Adelir foi encontrado no mar por um barco rebocador próximo à costa de Maricá, no Rio de Janeiro. O Instituto de Pesquisa Genética Forense confirmou a identidade do corpo através do exame de DNA realizado com uma amostra de material colhido do irmão do padre.

Adelir foi sepultado em sua cidade natal, Ampére, após uma missa em homenagem a ele realizada na Paróquia São Cristóvão em Paranaguá, onde o corpo foi recebido com uma salva de palmas pelos fiéis.

O projeto principal da vida do padre foi a criação de um abrigo para caminhoneiros no Paraná. A paróquia investiu cerca de R$ 800 mil no projeto, que ocupava um terreno de 62 mil m² ao lado do pátio de triagem do Porto de Paranaguá.

Atualmente, a Pastoral Rodoviária está fechada e durante as buscas por Adelir, Denise, uma ex-tesoureira da pastoral, defendeu o projeto, explicando que a construção de mais de 100 quartos era uma forma de prevenir acidentes, uso de drogas e álcool, e integrar as famílias dos motoristas de caminhão durante suas viagens.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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