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Padre vira réu sob acusação de crimes sexuais em Pernambuco; defesa contesta

Quatro mulheres e um homem reportaram à Polícia Civil terem sido alvo de possíveis abusos

A Justiça acolheu duas denúncias do Ministério Público de Pernambuco e tornou réus o padre Airton Freire, de 67 anos, e alguns membros de sua equipe, devido a suspeitas de envolvimentos em delitos sexuais. O padre Airton está ligado à Fundação Terra de Pernambuco.

Inicialmente, o Jornal do Commercio divulgou uma informação, que posteriormente foi confirmada à Folha pelo Ministério Público. Os detalhes dos casos estão sob segredo judicial. Cinco indivíduos, no total, reportaram à Polícia Civil terem sido alvo de possíveis abusos. A defesa do padre nega veementemente sua participação nos crimes.

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Fonte: G1 – Globo

Em 14 de julho, o padre Freire foi detido em Arcoverde, no interior de Pernambuco, pouco depois de se afastar da instituição devido a suspeitas de envolvimentos em incidentes de estupro. Posteriormente, ele foi transferido para o Real Hospital Português, localizado em Recife, devido à piora de sua saúde ocasionada por um princípio de acidente vascular cerebral.

Ele permanece internado nesse hospital. Além do padre, outros dois indivíduos foram denunciados por delitos sexuais. Dois deles, identificados como Landelino Rodrigues da Costa Filho e Jailson Leonardo da Silva, eram funcionários da instituição religiosa. Landelino encontra-se sob prisão, enquanto Jailson está foragido.

O Padre Airton Freire é o fundador da Fundação Terra, uma entidade que presta serviços de saúde, educação e assistência social à comunidade

Um quarto colaborador da Fundação Terra, cujo nome não foi divulgado e que supostamente atuava como motorista, foi acusado de prestar falso testemunho. Não há ordem de prisão contra ele. Airton Freire é o fundador da Fundação Terra, uma entidade operante desde 1984 que presta serviços de saúde, educação e assistência social à comunidade. No total, cinco inquéritos foram iniciados em relação a esse caso, todos sendo tratados em caráter confidencial. O padre foi acusado de crimes sexuais por cinco pessoas, sendo quatro mulheres e um homem. Alega-se que esses atos foram facilitados por membros da equipe religiosa.

Em uma declaração interna nesta segunda-feira (7), a defesa do padre Airton Freire reiterou a inocência do religioso. Eles alegam a existência de provas técnicas e testemunhais, presentes nos dois inquéritos concluídos, que atestam a inocência do padre. No entanto, ainda não podem ser reveladas devido ao sigilo das questões.

Os advogados também criticaram a atuação da Polícia Civil e do Ministério Público, alegando que uma das supostas vítimas teria tentado extorquir o religioso. Os advogados de defesa afirmaram ainda que não havia justificativa para a prisão preventiva do padre, uma vez que ele não tentou obstruir as conversas, não intimidou testemunhas, não apresentou ameaça de cometer crimes e se entregou voluntariamente à Justiça.

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Fonte: G1 – Globo

Em julho, a defesa de Landelino afirmou que os fatos alegados serão esclarecidos de maneira adequada no andamento do processo. Eles ressaltam que o investigado sempre aderiu às normas e leis do país e possui um histórico de conduta íntegra. Qualquer conclusão nesse estágio seria precipitada e imprudente.

Também em julho, a advogada Janayra Ferreira, representante de Jailson, afirmou que ele não possui histórico de atividade criminosa e que a decisão de prendê-lo de forma preventiva carece de fundamentação. Além disso, ela declarou que ele está sendo acusado injustamente de um crime extremamente grave e estigmatizante, e que provas de sua inocência nos autos estão sendo negligenciadas.

Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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