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Pai de Liana Friedenbach critica Bolsonaro e se coloca contra a redução da maioridade

Pai de Liana Friedenbach e seu posicionamento contra a redução da maioridade penal

Em um depoimento pessoal e sinceramente bravo, Ari Friedenbach, pai de Liana Friedenbach, fala sobre o doloroso desafio de sobreviver à morte de uma filha e como canalizou sua dor para a política. Aos 63 anos, este advogado, ex-vereador de São Paulo e ex-candidato a deputado estadual, refutou com firmeza a manipulação de sua tragédia pela política para avançar propostas de redução da maioridade penal.

Ari foi contatado por políticos que queriam usar a morte de sua filha para apoiar a redução da maioridade penal. Embora inicialmente tenha apoiado essa causa, Ari reconsiderou logo depois. Ele provoca uma franqueza incrível ao repudiar esses esforços, especialmente os do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Liana Friedenbach

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Quem é Ari Friedenbach e por que ele se opõe à redução da maioridade penal?

Ao longo dos anos, Ari tem sido franco sobre sua oposição à redução da maioridade penal, chamando-a de “estupidez”. Ele argumenta que com o nosso sistema prisional já sobrecarregado, colocar mais pessoas jovens na cadeia não é a solução. Ari tem estado no centro do debate sobre a maioridade penal desde a morte de Liana, e sua perspectiva oferece uma visão importante sobre o assunto.

O que é a UES (Unidade Experimental de Saúde) e como ela se relaciona com o caso de Liana Friedenbach?

A Unidade Experimental de Saúde (UES) é uma instituição única de São Paulo, dedicada a indivíduos que cometeram atos graves quando eram menores, chegaram à maioridade, são diagnosticados com transtornos de personalidade antissocial e são considerados altamente perigosos. “Nós estamos diante de um fato muito doloroso e que indignou a comunidade, em que o nível de apreensão está no máximo. Há o medo de que possa acontecer de novo”, afirma o criminólogo Riccardo Cappi.

Como a criminologia e a lei veem a questão da maioridade penal?

Riccardo Cappi, doutor em criminologia pela Universidade de Laurent na Bélgica e professor da UNEB e da UEFS no Brasil, argumenta que a maioridade penal é um tópico complexo e que o medo e a dor público são fatores complicadores significativos. “O medo faz com que eu esteja focado naquilo que pode me atingir, sem ver a complexidade, a circunstância, a história, as possibilidades e as alternativas. O medo e a dor são legítimos. Mas não podemos pautar políticas públicas com base no medo”, diz ele.

A polêmica em torno da maioridade penal continua sendo um tópico quente no Brasil, e as visões de Ari Friedenbach e Ricardo Cappi oferecem uma perspectiva importante nesse debate. Para eles, usar a tragédia para avançar numa agenda política é manipulativo e não resolve o problema complexo da violência juvenil e do crime.

Redação

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