Pai e filha que agrediram médica e provocaram a morte de uma paciente são investigados por até cinco crimes
Uma idosa morreu por insuficiência cardiorrespiratória enquanto os acusados agrediam a médica
Na madrugada do último domingo (16), André Luiz do Nascimento Soares, que estava com um corte no dedo e precisava de atendimento da emergência, foi juntamente com sua filha Samara Kiffini do Nascimento Soares até o hospital Municipal Francisco da Silva Telles, no Rio de Janeiro.
Ao chegarem no local, foram informados de que precisaria aguardar o atendimento. Pai e filha então se exaltaram, agrediram profissionais da saúde, depredaram o local e acabaram provocando a morte de uma idosa por falta de atendimento.
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A morte da idosa
De acordo com a investigação, havia no hospital apenas uma médica, que passou a ser agredida por Luiz e Samara Soares, que desferiram diversos socos na profissional. Porém, a ação dos agressores impediu que a profissional atendesse a paciente Arlene Marques da Silva, de 82 anos, que estava tendo uma insuficiência cardiorrespiratória e acabou morrendo.
Além de dona Arlene, um outro paciente que também estava sofrendo de infarto se escondeu no banheiro enquanto a confusão acontecia dentro do hospital.
Sobre a investigação, o delegado Geovan Omena relatou que irá indiciar pai e filha por homicídio com dolo eventual:
“No período em que a médica e a equipe médica passaram por esse transtorno todo, a paciente ficou desassistida e, ao retornar, quando a polícia militar chegou e estabilizou o ambiente, eles foram lá para fazer o acompanhamento, mas a senhora já tinha falecido. Por isso que eu imputei a eles o homicídio com dolo eventual porque eles sabiam do risco, era previsível o risco e eles não se incomodaram, não se importaram. Essa é a característica do dolo eventual”
A autoridade policial relatou ainda que Samara mesmo depois de receber voz de prisão ainda ameaçou a médica:
“A Samara, já na delegacia, ao receber voz de prisão e saber que ela ia permanecer presa, ameaçou a médica dizendo que ela tomasse cuidado quando ela saísse da cadeia, que ia matar ela de tanto agredir. E aí também recebeu voz de prisão pelo crime de coação no curso do processo”
Os dois suspeitos também devem responder pelos crimes de dano ao patrimônio, lesão corporal e desacato.
O que disse a família de Dona Arlene
A família relatou que a idosa era moradora de Vaz de Lobo e foi internada no hospital após sofrer um infarto. Dona Arlene teria presenciado as agressões sofridas pela médica.
A idosa deixa 8 filhos e mais de 30 netos e bisnetos. O velório e o enterro aconteceram na tarde da última segunda-feira (17), no Cemitério de Irajá.
O que diz a prefeitura
Por meio de nota enviada à CNN, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro disse:
“O pronto-atendimento de clínica médica no HMFST conta com quatro médicos nos plantões diurnos e dois no noturno. No último domingo, um dos médicos escalados teve um problema de saúde e não pôde comparecer. A Secretaria Municipal de Saúde, além disso, contratou três novos médicos para a unidade, completando plantões onde havia vacância.”

Fonte: CNN