Pai de santo é condenado a 3 anos de prisão por crimes sexuais contra 5 mulheres
A Justiça de São Paulo proferiu uma sentença condenatória contra Laércio José de Oliveira, pai de santo, impondo-lhe uma pena de três anos, um mês e dez dias de prisão em regime fechado. As acusações incluem os crimes de importunação sexual e violência sexual mediante fraude, dirigidos a cinco mulheres na cidade de São Paulo. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (22).
Laércio é acusado de abusar sexualmente de mulheres durante consultas espirituais em 2023. Em 12 de setembro, a Justiça decretou sua prisão preventiva a pedido do Ministério Público. No entanto, ele permanece foragido.
Leia mais:
Ronnie Lessa delatou Domingos Brazão como um dos mandantes da morte de Marielle Franco, diz jornal
A defesa de Laércio emitiu uma nota alegando que está buscando a justiça e que as provas coletadas, incluindo aquelas apresentadas na audiência recente, são insuficientes para fundamentar uma condenação, especialmente para um crime de tal gravidade.
Denúncia contra pai de santo
Em 2023, pelo menos oito mulheres denunciaram os abusos à Polícia Civil, alegando terem sido vítimas durante consultas espirituais. Segundo as vítimas, Laércio afirmava que as mulheres precisavam de uma limpeza espiritual que envolvia relações sexuais.
A defesa do pai de santo, representado pelos advogados Andreia Gomes Fonseca e Rafael Breim, afirmou que Laércio acompanhou diretamente toda a investigação, comparecendo voluntariamente a todos os atos e indicando testemunhas para depor em sua defesa. Eles negaram as acusações das vítimas e contestaram a fundamentação da prisão preventiva.
Quem é o réu?
Laércio José de Oliveira, entre 2020 e 2022, atuou em dois terreiros na Zona Leste de São Paulo, sendo médium em um deles. Em 2021, abriu sua própria casa de umbanda. As vítimas, ao descobrirem casos semelhantes, decidiram unir forças para denunciá-lo.
O antropólogo Rodney William, babalorixá e especialista em religiões de matriz africana, destacou que tais atitudes são condenadas pela comunidade da Umbanda e não representam a religião. Apesar das ações de Laércio, as vítimas afirmaram não ter abandonado a religião, buscando apoio em outros terreiros.
