Paulo Paim denuncia aumento de casos de racismo no Brasil
Em pronunciamento realizado na última segunda-feira, 19 de fevereiro, o senador Paulo Paim (PT-RS) manifestou sua crítica ao crescimento dos casos de racismo estrutural no Brasil. Segundo o parlamentar, o problema percorrre todas as regiões do país e se reflete nos mais variados aspectos da vida cotidiana.
Paim trouxe à tona o caso recente de um homem negro detido pela polícia militar do Rio Grande do Sul após sofrer uma tentativa de homicídio por um homem branco, ocorrido no sábado, 17 de fevereiro. Outro caso mencionado pelo senador envolve um jovem negro agredido por seguranças durante o Carnaval em Salvador, sob acusação de roubo, quando na verdade não estava implicado no episódio.
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O cenário do racismo no Brasil em meio a fala de Paim
“São exemplos alarmantes dessa realidade repugnante que acontece em todo o país. O que estamos presenciando são sintomas de um problema maior e mais profundo,” disse o senador. De acordo com estudos citados por Paim, os negros representam uma proporção alarmante dos mortos pela polícia em diversos estados brasileiros, revelando a violência sistemática e desproporcional que essa comunidade enfrenta no país.
De acordo com um estudo da Rede de Observatórios da Segurança Pública, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), divulgado em novembro do ano passado, os negros compõem 87% dos mortos pela polícia nos oito estados pesquisados em 2022: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará.
Ação do legislativo contra o racismo
O senador destacou ainda que, em 2020, o Senado aprovou um projeto proibindo a conduta preconceituosa de qualquer agente público, especialmente em relação à raça, origem étnica, gênero, orientação sexual ou culto religioso (PL 5.231/2020). No entanto, Paim criticou o fato do projeto ter sido “engavetado” na Câmara dos Deputados.
“É fundamental que a Câmara vote esse projeto. O mundo todo debate a abordagem do policial e os países estão se adaptando aos novos tempos, mas no Brasil não é feito nada! A abordagem como era há 20, 30, 40, 50 anos continua sendo da mesma forma hoje,” declarou.
Fonte: Agência Senado