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PCC: Terceira Geração (Parte 6)

PCC: Terceira Geração (Parte 6)

Hoje continuo a falar sobre a Terceira Geração do PCC, em continuidade aos textos anteriores (confira AQUI).

geração 01


geração 02

No mundo do crime não se deve “pagar comédia”. No nascimento do PCC, logo durante a Primeira Geração, eu costumava ouvir de um ou outro preso que outro detento era seu padrinho no PCC, que o tinha batizado e que, de certo modo, estava responsabilizado pela sua caminhada dentro do Partido.

Agora a responsabilidade recai sobre a Sintonia (eis o Padrinho), pelo menos quanto a indicação de afilhados. Após a indicação, o futuro membro terá seu curriculum criminal avaliado posteriormente pela Sintonia correspondente, que, verificando o “atributo profissional” do irmão, lhe determinará a missão.

Não podemos recusar a missão quando a mesma nos é atribuída. Caso necessite de dinheiro ou ter gastos reembolsados pela missão cumprida, a Sintonia “pagará a cara dele” (direito dele).

Outro ponto importante encontrado nesse artigo do Código de Conduta Criminal é que ele menciona que todos aqueles que vierem a ser resgatados tem por obrigação de resgatar outro irmão. Esse artigo também nos informa, em seu final, que se por ventura descobrirem o plano de resgate – como verificamos que realmente aconteceu, pois “vazaram as ideias” (sem sombra de dúvidas algum Setor de Inteligência de alguma Pasta conseguiu essas informações) –, o responsável será julgado pela Sintonia e poderá ser sentenciado com a pena de morte. (VICTORIO, Diorgeres de Assis. Será mesmo possível que iriam tentar resgatar o líder do PCC? Leia aqui)

Aqui vemos, mais uma vez, o destaque às ações de resgate nesta geração, o que também está presente na Segunda Geração do PCC:

geração 03

Uma das maiores bandeiras do Sindicato do Crime são as ações de resgate, inclusive escrevi um artigo sobre a possibilidade de resgate de um certo líder (veja aqui).

geração 04

Não há mais como nos recusarmos a aceitar que o PCC conseguiu cumprir a missão de se espalhar e dominar o cárcere em São Paulo (Primeira Geração), assim como alguns estados da União Federal (Segunda Geração), sendo que outros ainda lutam bravamente para que não ocorra a hegemonia do Partido Paulista, mesmo com esse abandono do cárcere que tanto conhecemos e ouvimos falar.  

Diorgeres de Assis Victorio

Agente Penitenciário. Aluno do Curso Intensivo válido para o Doutorado em Direito Penal da Universidade de Buenos Aires. Penitenciarista. Pesquisador

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