Pedro Jiménez García, o assassino de policiais
Pedro Jiménez García, o assassino de policiais
Se eles me perfurarem, eu não sangro. – Pedro Jiménez García
A PERSONALIDADE
Pedro Jiménez García nasceu em 17 de março de 1969, na periferia da província de Barcelona, Espanha, mais precisamente no concelho de L’Hospitalet de Llobregat. Em sua infância presenciou e foi vítima de inúmeros episódios de violência doméstica em sua família.
Cometeu seu primeiro estupro aos 16 anos, quando invadiu a casa de uma menor de idade e com ela praticou conjunção carnal. Pedro Jiménez foi apreendido, processado e condenado, e, após o cumprimento de alguns anos de pena, em uma medida que visava à reabilitação, recebeu a oportunidade de passar um final de semana em liberdade. Nessa mesma data voltou a estuprar.
Considerado pelos diretores do estabelecimento prisional como “extremamente trabalhador”, ostentava um comportamento exemplar, o que sempre resultava em concessão de benefícios legais pelo Poder Judiciário, mas suas atitudes quando em liberdade demonstravam que Jiménez não se adequava ao convívio em sociedade.
Enquanto cumpria sua pena privativa de liberdade, contava aos outros detentos que lá estava por ter vingado a morte de sua irmã, o que fez com que adquirisse o respeito dos outros internos.
Após alguns anos, novamente em saída temporária, seu primeiro ato foi estuprar sua vizinha, e sempre com o mesmo modus operandi: seguia as vítimas até áreas isoladas, ameaçava-as com uma faca e praticava a conjunção carnal forçada.
Em 2004, aos 38 anos de idade, recebeu o benefício da liberdade condicional, e ,com apenas três dias nas ruas da Espanha, fez suas primeiras vítimas fatais.
AS VÍTIMAS
Na manhã de 5 de outubro de 2004, a policial Silvia Nogaledo, de 28 anos, retornava à sua casa após um cansativo turno de trabalho de 10 horas. Levava consigo alguns salgados para comemorar seu aniversário, juntamente com sua colega de quarto María Aurora Rodríguez, de 23 anos, que também era policial.
Ao entrar em seu prédio foi atacada por Pedro Jiménez, que a rendeu utilizando sua habitual faca. Após adentrar no apartamento, as vítimas tiveram suas mãos e pés amarrados com cintos e também foram amordaçadas.
Jiménez, conforme diagnósticos, era um psicopata misógino, que se satisfazia torturando e estuprando suas vítimas. Ao descobrir que as vítimas eram policiais, Pedro entendeu que apenas a tortura sexual não seria suficiente, e utilizou sua faca para tirar a vida de Sílvia Nogaledo e Maria Aurora Rodriguez.
Após o duplo homicídio, as vítimas foram imersas em uma banheira com água, para que possíveis resquícios do ato ilícito fossem eliminados. Porém, Jiménez julgou que a água da banheira não seria suficiente para apagar os rastros do crime e decidiu atear fogo no apartamento.
Enquanto o fogo consumia o imóvel, Pedro Jiménez fugiu do local vestindo as roupas de uma das vítimas, e dirigiu-se à casa de suas irmãs, onde justificou suas vestimentas dizendo que essas pertenciam a uma nova namorada.
No dia seguinte dirigiu-se à cidade de Girona, onde se hospedou na casa de Marco Jiménez, um antigo companheiro de prisão. Com o intuito de encontrar um lugar seguro, mudou-se para Toledo, cidade da região central da Espanha.
Durante as investigações, a polícia espanhola encontrou no local do crime uma fatura do telefone de Pedro (que a deixou cair durante a prática dos crimes), a qual continha todos os seus dados pessoais e, por sorte, não foi consumida pelas chamas.
Com toda a repercussão midiática que cercava a investigação, a polícia decidiu divulgar a identidade de Pedro Jiménez García como o principal suspeito do duplo homicídio.
Marco Jiménez, antigo companheiro de prisão que havia fornecido abrigo a Pedro na cidade de Girona, ao ver o rosto de seu amigo nos jornais e na TV, e saber a real natureza dos crimes que seu então amigo cometeu no passado, entrou em contato com a polícia e forneceu o esconderijo do serial killer.
Pedro Jiménez García foi, então, preso pelas autoridades policiais da cidade de Toledo.
O JULGAMENTO
Os exames psicológicos e psiquiátricos demonstraram que Pedro Jiménez apresentava os níveis mais altos de psicopatia, além de apresentar uma necessidade patológica de controlar e machucar mulheres.
Durante a instrução probatória, foram encontradas impressões digitais suas nas fivelas dos cintos utilizados para amarrar as vítimas, além do fato de que as “pegadas” deixadas no chão do apartamento eram compatíveis com a sola de seu tênis.
Ao fim do julgamento, apesar da negativa de autoria, Pedro Jiménez García foi considerado culpado pelos jurados (à unanimidade) e condenado a 88 (oitenta e oito) anos e três meses de pena privativa de liberdade.