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O perfil em Criminal Minds

O perfil em Criminal Minds

Criminal Minds é uma série de TV fictícia de 2005 sobre uma equipe de especialistas em Criminal Profiling que trabalham na Unidade de Análise Comportamental do FBI e que passa ainda hoje.

Nela, agentes federais norte-americanos auxiliam polícias locais a encontrar autores de crimes analisando o comportamento do criminoso e sua motivação, principalmente em casos envolvendo serial killers, estupradores, sequestradores, terroristas e assassinos em massa.

É uma equipe de agentes especiais do FBI que viajam até o local do crime para auxiliar os policiais locais que estão sem pistas da identidade do autor de crime. A função da equipe é elaborar o perfil criminal, analisar a vitimologia e auxiliar na captura, inclusive utilizando, em alguns casos, negociação de crise e técnicas de entrevista.

São agentes completos que colocam em prática os conhecimentos de Criminal Profiling e trazem de uma forma fictícia os passos do profiler até elaborar o perfil e encontrar o suspeito, fazendo com que o público conheça a área e um pouco da mente dos criminosos.

Na realidade, de acordo com Tim Dees, policial aposentado e professor, não existe uma equipe do FBI que vá até o local do crime e trabalhe com os policiais locais para resolver um caso.

Ocorre que alguém da polícia local vai até Quântico, a sede do FBI, e passa alguns dias com os especialistas da UAC, que muitas vezes não são agentes especiais, para que passem todas as informações sobre o crime.

Depois que o policial volta, o FBI manda um perfil criminal de acordo com as informações passadas e a polícia decide se usa ou não o perfil nas investigações.

De qualquer forma, a série é bastante interessante para quem tem curiosidade sobre o tema e gostaria de saber como o Criminal Profiling é aplicado na prática no âmbito policial, mesmo que de forma romanceada.

Analisando os episódios, existe um formato frequente que pode exemplificar os passos do profiler, que possui abertura nas investigações para participar e elaborar um perfil criminal. Normalmente começa com o chefe da equipe do FBI mostrando fotos da cena do crime e dando um resumo do caso.

A equipe vai de jatinho para a cidade em que o crime ocorreu e lá são divididos para que vejam a cena do crime, conversem com testemunhas e familiares, e visitem o necrotério para saber o resultado da autópsia em caso de crime com corpo.

Esse momento é de extrema relevância para o profiler, pois é quando ele examina as evidências e as informações que existem sobre o crime. Assim, ele pode analisar a vitimologia, encontrar padrões comportamentais e tudo o que possibilite a elaboração do perfil criminal.

Quando todas as informações são coletadas e consideradas suficientes, os personagens da equipe elaboram e divulgam o perfil para os policiais para que possam procurar possíveis suspeitos que se enquadrem no perfil.

A própria equipe costuma descobrir quem cometeu o crime depois de um tempo, e às vezes até encontram com o autor do crime e negociam uma rendição ou procedem para o interrogatório.

Nesses momentos eles também demonstram como o perfil criminal é relevante, pois, dependendo de como o comportamento do criminoso for, eles terão uma abordagem específica para atingir um objetivo, seja ele uma confissão ou rendição.

O ideal é que o profiler realmente participe de todos os passos da investigação, apesar disso ocorrer com pouquíssima frequência, pois só são chamados quando a polícia já descartou todas as possibilidades e não possui meios de continuar a investigação, tendo somente relatórios, vídeos e documentos para mostrar ao profissional.

Também é interessante observar na série os casos reais que são incluídos em conversas entre os agentes, que servem como comparação para os casos fictícios que eles estão discutindo. Frequentemente os personagens citam criminosos conhecidos como Charles Manson, Filho de Sam e Jim Jones.


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Mas também são fontes de casos não tão conhecidos e tipos de criminosos como os estupradores em série, que possuem especificações para seus comportamentos. Tudo isso acrescenta para a sensação de realismo e para aumentar o conhecimento do espectador sobre o assunto.

Além disso, vale ressaltar que Criminal Minds, assim como outras séries policiais, possui um consultor profissional para auxiliar nos detalhes que envolvem o trabalho para que seja o mais fiel possível de acordo com as possibilidades do que a série quer mostrar.

Quem faz esse trabalho em Criminal Minds é James T. Clemente, ou Jim Clemente, como é creditado na série. Ele é um agente especial do FBI aposentado que entrou para a Unidade de Análise Comportamental em 1998 e se especializou em crimes sexuais, tornando-se nacionalmente conhecido por isso.

Nesse período ele investigou e fez consultoria para milhares de casos envolvendo crimes sexuais, inclusive de crianças, e entrevistou centenas de vítimas e criminosos. Ele também já testemunhou como perito e deu aulas pelo mundo.

Na primeira temporada ele já entrou para a equipe de forma informal, mas hoje, além de dar consultoria para a série formalmente, também escreve episódios e até participa como ator. Sua influência se tornou cada vez maior e até suas histórias de casos reais já foram abordadas na série.

Além de ser uma série que aborda o Criminal Profiling de uma forma acessível atiçando a curiosidade das pessoas, podendo até procurar a área como profissão, também traz outra visão do profiler, pois ele também pode trabalhar como consultor de entretenimento que fale sobre o assunto para trazer realismo e um conhecimento especializado do tema.


REFERÊNCIAS

DEES, Tim. How Accurate is Criminal Minds Regarding Behaviour Analysis. Disponível aqui.

James T. Clemente. Disponível aqui.

Site oficial de Criminal Minds. Disponível aqui.

Verônyca Veras

Especialista em Criminal Profiling. Advogada.

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