Noticias

Como a Polícia Federal chegou em Alexandre Pires na operação contra garimpo ilegal?

Investigação aponta suspeitas de envolvimento de Alexandre Pires em garimpo ilegal

A Polícia Federal deflagrou uma operação de busca e apreensão nesta segunda-feira, 4 de dezembro, que colocou o nome do cantor Alexandre Pires em evidência. O cantor é suspeito de estar envolvido em um intrincado esquema de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY).

Os longos dois anos de investigação vêm apontando Pires, conhecido pelo hit “Essa Tal Liberdade”, como parte desse esquema que tem como objetivo a exploração de cassiterita, um minério altamente valorizado e essencial na fabricação de telas de celular e outros aparelhos eletrônicos.

canalcienciascriminais.com.br aumento alarmente de garimpo ilegal na amazonia areas protegidas em grave risco garimpo

Leia mais:

Criminosos ocupam Copacabana, furtos e roubos crescem assustadoramente

Mulher assassinada pelo marido já havia feito B.O em outubro contra o PM

Quais as implicações do esquema de garimpo ilegal?

Em janeiro de 2022, a Polícia Federal encontrou 30 toneladas de cassiterita na sede de uma empresa também sob investigação. O registro indicava que todo esse volume saíra da Terra Yanomami, por meio de um esquema de garimpo ilegal que teria movimentado um valor aproximado de R$ 250 milhões. O inquérito policial revelou estratégias voltadas para a “lavagem” do minério, que era declarado como proveniente de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), mas teria sido ilegalmente removido da terra Yanomami.

Esquemas criminosos como este têm um impacto devastador sobre a vida dos povos indígenas e o meio ambiente. Para se ter uma ideia, o desmatamento nas terras indígenas aumentou 64% nos primeiros quatro meses de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, e muitas dessas violações são atribuídas à atividade ilegal de mineração.

Além de Alexandre Pires, outras figuras públicas estão envolvidas nesse esquema?

Além de Alexandre Pires, outros nomes também foram citados pela polícia. Um deles é o empresário Matheus Possebon, influente no ramo musical. Possebon é um dos executivos da Opus Entretenimento que gerencia a carreira de diversos artistas, incluindo Daniel, Seu Jorge, Ana Carolina e Munhoz e Mariano. Segundo a investigação, o empresário estaria entre os responsáveis pelo núcleo financeiro do esquema criminoso.

A operação policial, apelidada de ‘Disco de Ouro’ cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão em diferentes localidades do Brasil, com a finalidade de desmantelar o financiamento e a logística do garimpo ilegal. Alexandre Pires, que se apresentava em um cruzeiro em Santos na época, é um dos investigados e a PF rastreou em sua conta um recebimento de ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora alvo da Polícia Federal.

O que acontecerá agora?

Apesar da gramaidade das acusações, o caso ainda está em andamento e não tivemos até o momento uma resposta da assessoria do cantor Alexandre Pires. O cantor alcançou a fama como vocalista do grupo de pagode Só Pra Contrariar, nos anos 90, e tem uma carreira musical de sucesso. Ao mesmo tempo, o garimpo ilegal é um crime grave e, se comprovada a participação do cantor, isso pode ter implicações significativas para a sua imagem pública e consequências jurídicas.

Redação

O Canal Ciências Criminais é um portal jurídico de notícias e artigos voltados à esfera criminal, destinado a promover a atualização do saber aos estudantes de direito, juristas e atores judiciários.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo