PF apura caso de indígena escoltado por ameaças e encontrado morto no Pará após ter feito denúncia na ONU
A Polícia Federal do Pará irá investigar as circunstâncias da morte do líder indígena Tymbektodem Arara, na Terra Indígena Cachoeira Seca, a 250 km de Altamira. Conhecido como Tymbek, o homem foi encontrado morto 16 dias após fazer uma denúncia sobre a invasão às terras indígenas, onde vive a etnia Arara.
Tymbek discursou na sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, na Suíça. Segundo a pessoa que o acompanhou, o líder indígena recebeu mensagens ameaçadoras durante a viagem de fazendeiros locais.
“Somos um povo de contato inicial, viemos aqui para exigir que se respeite nossa vida e nosso território. Sofremos muitas invasões. A demarcação só ocorreu 30 anos depois do contato com os não indígenas, em 2016”, discursou o indígena.
Leia mais:
Interpol vai ajudar a identificar corpo achado em Santa Catarina
PF prende miliciano que seria alvo de traficantes que executaram médicos no Rio de Janeiro
O caso do líder indígena
Tymbek foi encontrado morto em um rio dia 14 de outubro. Ele e outros dois ribeirinhos estariam navegando pelo Rio Iriri no dia anterior, bêbados, região perto de aldeias não-indígenas.
Na primeira versão da história, o líder teria pulado do barco por conta própria, não conseguindo retornar. Já a segunda versão aponta que ele foi jogado e acabou se afogando.
Houve procura por Tymbek na noite do acontecimento, mas seu corpo só foi achado na manhã seguinte. Cinco horas depois de esperar pelo IML, o corpo foi colocado na caçamba de uma caminhonete da Polícia Civil e foi levado até a cidade de Altamira.