PF descobre ordem de Bolsonaro para disparar fake news
Moraes autorizou a busca e apreensão de telefones e outros objetos pertencentes a oito empresários executivos
O ex-presidente Jair Bolsonaro está claramente envolvido na disseminação de informações falsas e ataques contra as instituições. A investigação que visava a possível promoção de um golpe de Estado por parte de alguns dos empresários mais reconhecidos do país acabou revelando esse envolvimento.
A investigação teve início em 2022, depois que o portal Metrópoles revelou conversas que discutiram um golpe em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em um grupo composto por empresários executivos. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou a busca e apreensão de dispositivos telefônicos e outros objetos pertencentes a oito desses empresários.
Leia mais:
STF autoriza e FBI deve cooperar com a PF em investigação do caso das joias
Supostos abusos de Michael Jackson: casos podem ser reabertos após nova decisão do tribunal nos EUA
Na última segunda-feira (21), o ministro determinou que dois desses empresários continuem sendo investigados: Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, da Havan. As queixas contra os outros seis indivíduos foram arquivadas. O ministro considerou que, embora eles tenham compartilhado informações falsas, isso foi feito dentro dos limites da liberdade de expressão.
No caso de Nigri, a investigação continuará por pelo menos mais 60 dias. A Polícia Federal (PF) menciona a proximidade entre Nigri e Bolsonaro, levantando suspeitas de que Nigri estaria passando como intermediário na disseminação de ataques contra as instituições em seus grupos.
Uma mensagem “PR Bolsonaro 8” seria associada a um dos números de telefone do ex-presidente
Uma mensagem em particular é referida pela PF, do contato “PR Bolsonaro 8”, que seria associada a um dos números de telefone do ex-presidente, conforme registrado na decisão do STF. Essa mensagem encontrada no celular de Meyer Nigri contém não apenas ataques de membros do STF, mas também notícias falsas sobre urnas eletrônicas, pesquisas eleitorais e, por fim, a instrução: “Repasse ao máximo”, destacada com caixa alta.
No texto atribuído a Bolsonaro, o ex-presidente critica a postura do ministro Luís Roberto Barroso ao defender o processo eleitoral como seguro e confiável, e desqualifica a defesa do voto eletrônico como uma “interferência”. Após a ordem para disseminar as informações falsas e realizar ataques a Barroso e outros ministros do STF e do TSE não mencionados, Bolsonaro recebe uma resposta de Nigri: “Já compartilhei com diversos grupos!”. Ao se despedir do agora ex-presidente, o empresário envia “saudações de Veneza”.
Fonte: G1