PF identifica depósitos em dinheiro vivo de Mauro Cid para Michelle Bolsonaro
A Polícia Federal identificou ao menos sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Mauro Cid para Michelle Bolsonaro (PL). Os dados levantam suspeita de um esquema de “rachadinha” no Palácio do Planalto que teria como beneficiária a ex-primeira-dama.
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Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e um dos assessores mais fiéis ao ex-presidente, está preso desde 3 de maio por suspeita de articular um esquema de fraude em certificados de vacinação.
A informação sobre os repasses a Michelle consta em relatório da PF que foi anexado no pedido de prisão enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A existência de comprovantes de depósitos de Mauro Cid para Michelle Bolsonaro foi revelada nesta segunda-feira (15).
No sábado, o UOL mostrou diálogos de Cid com assessoras de Michelle Bolsonaro nos quais ele demonstra preocupação com os pagamentos das despesas da então primeira-dama, porque poderiam resultar em acusações de “rachadinha”, e uma orientação para realizar despesas somente em dinheiro vivo.
Em outra reportagem, o UOL revelou que a PF identificou uma empresa com contrato na Codevasf como origem de recursos transferidos a um integrante do Palácio do Planalto responsável pelo pagamento das despesas de Michelle Bolsonaro.
Esses casos vão ser investigados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por iniciativa do sub-procurador Lucas Rocha Furtado.
PF interceptou conversas entre Michele e Mauro Cid e encontrou os comprovantes de pagamento
Os comprovantes de pagamentos, revelados nesta segunda, estão, de acordo com o portal, em conversas do WhatsApp apreendidas no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Nas conversas, ele compartilhou os comprovantes tanto com assessoras de Michelle, quanto no grupo de Ajudância de Ordens de Bolsonaro, segundo o UOL.
Os depósitos, realizados entre março e maio de 2021, segundo os comprovantes, somam R$ 8.600 e foram feitos de forma fracionada, prática comum em casos de rachadinha, já que a divisão dos valores reduz a chance de alertas às autoridades, sendo seis pagamentos no caixa eletrônico e um no atendimento presencial, ainda de acordo com o portal de notícias.
Em outra conversa, a PF também encontrou uma transferência bancária de R$ 5 mil, realizada em julho de 2021, feita diretamente da conta de Mauro Cid para a conta de Michelle, conforme a reportagem do UOL.
O portal diz haver pagamentos em dinheiro vivo de boletos do irmão e da tia de Michelle. Em uma das conversas, Cid menciona que o então presidente Bolsonaro teria orientado que o pagamento fosse em dinheiro vivo.
Fonte: Terra