‘Operação Trapiche’: PF investiga tentativa de entrada de rede terrorista no Brasil
Nesta quarta-feira (8), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal (PF) investiga a hipótese de uma rede terrorista se instalar no Brasil. O ministro divulgou a informação na cerimônia de assinatura do Acordo de Cooperação Técnica para a criação do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra).
“Vejam que é uma hipótese. A Polícia Federal está investigando, mostrando que neste caso, nós só temos um lado, que é o lado da lei, que é o lado dos compromissos internacionais que o Brasil assumiu”, disse o ministro
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Ele reforçou que ainda não há confirmação, mas a investigação mostra a seriedade do trabalho do governo federal para desarticular no Brasil eventuais redes internacionais ligadas ao terrorismo. Assegurou que, “quando for possível, com certeza, a Polícia Federal vai divulgar os detalhes sobre isso”.
Operação visa impedir terrorismo no Brasil
As investigações fazem parte da Operação Trapiche, deflagrada hoje para conter atos preparatórios de terrorismo e investigar um possível recrutamento de brasileiros para atos extremistas no país.
Segundo a PF, dois mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
Outras operações buscam promover a segurança nas escolas
Dino também falou sobre as operações para investigar a violência nas escolas. O ministro disse que as ações partem da possibilidade de que atos violentos nas unidades escolares têm a ver com a disseminação dos discursos de ódio.
“Infelizmente há quase sempre a localização de artefatos ou livros que evocam o nazismo ou neonazismo”, detalha. “Isso está mais relacionado com os abusos de plataformas digitais envolvendo adolescentes ou jovens adultos. Anteontem teve uma operação em Santa Catarina que estava vinculada ao ataque que houve em Sapopemba em São Paulo, mostrando que é uma rede que ultrapassa as divisas de cada estado.”
O ministro, ao falar do tema, divulgou o site De Boa nas Redes, lançado pelo Ministério da Justiça. É um dicionário sobre como as famílias podem proteger crianças e adolescentes, exercendo monitoramento e prevenção.
“Não significa que o Estado se desonera das suas responsabilidades”, destacou o ministro, acrescentando que o Laboratório Contra Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça está trabalhando em conjunto com os governos estaduais, nesse tipo de crime, cujo combate é prioritário para o governo.
“Uma vez que nesta semana já foram duas operações em que houve identificação de possível planejamento de ataques contra escolas. Neste caso, é evidente que a ação preventiva é o certo. Ninguém vai esperar para ver, dada a alta lesibilidade que acontece em uma creche ou uma escola, se uma pessoa com armas brancas ou arma de fogo ingressar para perpetrar crimes”, disse o ministro.
Dino lembrou que nesta quarta-feira houve operações da Polícia Federal e de polícias estaduais para o cumprimento de 11 mandados de prisão, busca e apreensão contra grupos que tentam levar ideais nazistas e de violência aos jovens.
Dino ressalta importante papel das Forças Armadas na GLO
Durante a cerimônia, Dino destacou as ações das Forças Armadas na Garantia de Lei e da Ordem (GLO) para atuar em áreas federais contra o tráfico de drogas. O ministro saudou as Forças que, segundo ele, estão fazendo uma movimentação bastante rápida, considerando que é uma mobilização complexa.
“Com certeza os senhores já viram a presença de efetivos da Marinha e da Aeronáutica”, observou. “Acreditamos que a GLO fecha corredores logísticos”, disse o ministro, acrescentando que isso implica desarticulação das redes criminosas e aumento de custo da movimentação das engrenagens do crime.
Entre os resultados obtidos da GLO, que começou a atuar na segunda-feira, Dino destaca a apreensão de 1,6 tonelada de cocaína no porto de Vitória, no Espírito Santo.
Fonte: Agência Brasil