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PF deflagra operação de combate crimes de trabalho escravo e violação sexual mediante fraude

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (16), em São Paulo, uma operação intitulada de “O Impostor”, contra um homem suspeito de usar da religiosidade para manter pessoas em um trabalho análogo à escravidão e violentá-las sexualmente mediante fraude.

Operação “O Impostor” investiga crime de trabalho escravo realizado mediante religiosidade

Segundo a investigação, realizada em cooperação com o Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, as vítimas eram atraídas pelo homem por meio de um programa de rádio que falava sobre espiritualidade.

Quando iam até a instituição gerida por ele, para participar de tratamentos, palestras e treinamentos, elas eram convencidas a trabalhar voluntariamente para a organização, no que eles chamavam de “missão divina”. O homem se apresentava como “grão-mestre”, o “escolhido” pelo arcanjo Miguel.

Com o passar do tempo, foram persuadidas a ficar cada vez mais na instituição e convidadas a morar com ele, com a justificativa de que seria mais prático e econômico.

A partir disso, elas passavam a trabalhar o dia todo, em dedicação exclusiva, sem receber salário ou alimentação adequada e sendo, ainda, violentadas sexualmente. Quem não cumpria com o que o suspeito determinava, era exposta e humilhada em reuniões do grupo. Elas ainda eram violentadas psicologicamente, por meio de maldições e ameaças. 

As vítimas temiam sair da instituição ou entrar em contato com pessoas sem autorização do “grão-mestre”, por medo das consequências.

O investigado deve responder pelos seguintes crimes, com penas que ultrapassam 14 anos de prisão:

– Reduzir alguém a condição análoga à escravidão;

– Violação sexual mediante fraude;

Lavagem de dinheiro.

Fonte: Jornal de Brasília

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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