PF investiga reunião entre Bolsonaro e ex-diretor da PRF e chefe de operações no dia do 2º turno
Polêmica reflete visita de ex-diretores da PRF a Bolsonaro no dia das Eleições 2022
Informações sobre registros de entrada e saída do Palácio do Alvorada revelaram uma visita fora da agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As presenças destacadas foram a do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, e do diretor de Operações da PRF, Djairlon Moura. A visita ocorreu minutos antes das urnas do segundo turno serem fechadas no dia 30 de outubro de 2022.
Os dados foram divulgados na segunda-feira (9) pela agência Fiquem Sabendo e confirmados pela CNN, através da Lei de Acesso à Informação. Documentos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) revelaram que Silvinei e Djairlon, juntamente com o então ministro da Justiça, Anderson Torres, chegaram ao palácio às 16h31. Passaram aproximadamente uma hora no local e deixaram a residência oficial às 17h24.
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Quem representa Silvinei Vasques nesta situação?
O advogado Eduardo Pedro Nostrani Simão foi quem defendeu Silvinei Vasques. Porém, ele afirmou que não estava ciente dessa reunião. O mesmo salientou que não há proibição legal para reuniões em dia de eleições. Enquanto isso, Anderson Torres e Jair Bolsonaro ainda não prestaram esclarecimentos sobre o acontecimento.
Quais as suspeitas sobre a PRF durante as Eleições 2022?
Uma das peculiaridades sobre o segundo turno das Eleições Presidenciais de 2022 foram as centenas de blitze ocorridas em todo Brasil, principalmente no Nordeste onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o então adversário de Bolsonaro, tinha vantagem eleitoral. Nessas circunstâncias, a Polícia Federal suspeita que essas blitze foram usadas pela PRF para dificultar o deslocamento de eleitores aos locais de votação. Djairlon Moura, diretor de Operações na época, era responsável por essas operações nacionais.
Quais as possíveis implicações dessas ações para a PRF?
Antes de ir ao Palácio do Alvorada, Silvinei Vasques foi até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se encontrar com o ministro Alexandre de Moraes. Vasques foi intimado para explicar as frequentes operações de blitz, mesmo com decisão contrária da Corte. Silvinei Vasques foi preso em 9 de agosto deste ano pela Polícia Federal no âmbito da Operação Constituição Cidadã, que também cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
Alguns dos crimes investigados incluem prevaricação, violência política e embaraço ao exercício do sufrágio. A PF investiga o possível uso da máquina pública para interferência no processo eleitoral durante o segundo turno. Vale salientar, porém, que o ex-presidente Jair Bolsonaro não é investigado nesse caso.
Fonte: CNN