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Projeto de lei quer endurecer penas para crimes na saidinha – Entenda as mudanças

Projeto de lei propõe agravar penas para crimes cometidos durante saidinha

Em uma movimentação recente no Senado, uma proposta visa a mudança nas regras das saídas temporárias de presos, com um olhar crítico voltado para o aumento das penas em casos de delitos cometidos durante o período da “saidinha”. A sessão que colocou o assunto em pauta na Comissão de Segurança Pública está agendada para esta terça-feira (2), às 11h, sugerindo um debate importante sobre o equilíbrio entre a ressocialização dos detentos e a segurança pública.

A autoria do projeto é da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), recebendo espaço na agenda da comissão após um período de inatividade desde o seu encaminhamento em março do ano passado. Este interesse renascido na proposta indica um momento de reflexão sobre as políticas penais e a eficácia das saídas temporárias no processo de reinserção social dos presos.

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Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

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Qual a mudança que a proposta traz?

O cerne da proposta concentra-se no endurecimento das consequências para aqueles que aproveitam o benefício da “saidinha” para cometer novos crimes, principalmente os realizados sob violência ou grave ameaça. Nestas condições, o projeto sugere um incremento significativo na pena, entre um terço e metade da sentença original, dependendo da gravidade do delito cometido durante o período de saída temporária.

As implicações da nova medida

O impacto da adoção desta nova medida poderia ser vasto, potencialmente afetando não apenas os presos em regime semiaberto, mas também os em liberdade condicional, domiciliar ou até aqueles que fugiram do sistema prisional. Esperidião Amin (PP-SC), relator do projeto, destacou a frequência de crimes nesse intervalo como um problema significativo, apontando a alteração proposta como um mecanismo de dissuasão eficaz contra a reincidência.

Um futuro sem “saidinhas” em feriados?

A proposta ganhou ainda mais relevância após a decisão do Congresso de proibir as saídas temporárias em feriados, aguardando apenas a sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Este contexto realça a urgência em reavaliar a política de saídas temporárias, buscando um equilíbrio que permita a ressocialização dos detentos sem comprometer a segurança da sociedade.

A saída temporária, prevista como instrumento de reintegração social, permite ao detento em regime semiaberto visitar a família, participar de cursos profissionalizantes e de ensino, além de atividades que incentivem o retorno ao convívio social. No entanto, o debate atual coloca em cheque a eficácia destes benefícios à luz dos riscos associados e busca alternativas que garantam tanto a ressocialização quanto a segurança pública.

Esta nova proposta legislativa abre um importante canal de diálogo sobre as políticas penais no Brasil, sugerindo uma revisão cuidadosa das estratégias adotadas até o momento na gestão do sistema prisional e na reintegração dos presos à sociedade. Com a discussão ganhando espaço no Senado, espera-se que um equilíbrio cuidadoso e eficaz seja alcançado, refletindo as necessidades e preocupações de todas as partes envolvidas.

Redação

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