Qual é o plano de Lula para enfrentar facções do crime organizado na Amazônia?
A iniciativa foi proposta pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino
Na quinta-feira, 3 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contou os detalhes de sua estratégia para enfrentar as operações do crime organizado na região da Amazônia. Seu plano abrange a colaboração entre a Polícia Federal, as Forças Armadas e a coordenação de esforços com nações vizinhas. Lula destacou, durante uma entrevista concedida a várias estações de rádio na região amazônica, que a iniciativa foi proposta pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A proposta visa estabelecer uma base da Polícia Federal em Manaus para intensificar a presença das forças de segurança em toda a Amazônia.
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Lula argumentou que, na floresta, o crime organizado expandiu suas atividades além do tráfico de drogas, que era sua prática usual. Agora, estão envolvidos em outras atividades ilegais, como exploração ilegal de minérios e comércio de madeira. Em fevereiro de 2022, a revista Carta Capital já havia esmiuçado as operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho na Amazônia. Desde então, a situação pouco evoluiu. No entanto, Lula promete uma abordagem mais enérgica em comparação com a gestão anterior.
“Vamos adotar medidas rigorosas. Planejamos realizar uma reunião com todos os prefeitos das cidades amazônicas para discutir uma estratégia de combate às atividades ilegais. Propomos estabelecer uma base central da Polícia Federal em Manaus para operar em conjunto com outros estados. Além disso, pretendemos firmar acordos com nações fronteiriças para combater o crime organizado, o tráfico de drogas, a exploração ilegal de minérios e o desmatamento ilegal. Buscaremos convencer nossos parceiros da necessidade de uma abordagem unificada para combater o crime organizado, o tráfico de drogas e proteger nossa população na floresta”, afirmou Lula.
Lula também abordou outro tema polêmico na região: a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas
Durante uma conversa, Lula também abordou outro tema polêmico na região: o projeto de exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, liderado pela empresa estatal Petrobras. Esse projeto gerou divisões na equipe governamental e ainda não foi definido. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está revisando uma nova proposta da Petrobras após o primeiro pedido ter sido rejeitado. Não há um prazo definido para a decisão, e Rodrigo Agostinho, responsável pelo órgão, enfatizou que a decisão não será influenciada por políticas de pressão.
Lula manifestou seu apoio, embora com ressalvas, à exploração. Durante uma entrevista, no entanto, ele destacou a importância de garantir que o projeto não resultasse em desastres ambientais e sociais. Esse foi, segundo especialistas, o principal problema da primeira versão da proposta da Petrobras. A empresa afirmou recentemente ter corrigido essas questões na nova solicitação.
“Primeiramente, é essencial conduzir pesquisas para determinar a viabilidade. Quando tivermos informações sólidas, o Estado brasileiro tomará uma decisão sobre como proceder. Avaliaremos como realizar a exploração de forma responsável, garantindo a preservação da nossa amada costa do Oceano Atlântico na Amazônia”, declarou o presidente sobre o assunto.
Fonte: Carta Capital