Polícia Civil indicia freira por homicídio doloso de 10 idosos em Minas Gerais
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou uma freira e outras 14 pessoas pela morte de 10 idosos moradores das Obras Assistenciais São Vicente de Paulo, em Divinópolis, MG.
Segundo as autoridades investigativas, os indiciados são investigados pelos crimes de maus-tratos, cárcere privado e curandeirismo, além de uma nova denúncia de tortura que foi apresentada à Polícia na última quarta-feira (18).
Freira indicada respondia como responsável técnica do local
De acordo com a polícia, as investigações começaram em abril do ano passado, quando funcionários denunciaram casos de maus-tratos aos 81 idosos que estavam no local. Segundo os agentes investigativos, houve relatos de idosos amordaçados, além de banhos coletivos e gelados.
À época da denúncia, a Vigilância Sanitária interditou a instituição após constatar irregularidades como o armazenamento inadequado de medicamentos, fraldas, superlotação de enfermaria e dependências sanitárias em desconformidade com a legislação.
Além disso, a autoridade policial afirmou que foi realizada uma perícia que constatou os maus-tratos contra os idosos. Segundo ele, exames apontaram, por exemplo, lesões nos internos. Panos eram utilizados, indevidamente, para amarrá-los. Alguns eram mantidos em cárcere privado, trancados em quartos com grade e cadeados. Eles eram obrigados a fazer as necessidades básicas em baldes. Além disso, havia violência psicológica com ameaças de castigos.
Sobre a investigação, o delegado Flávio Destro alegou:
“Casos gravíssimos. As denúncias se confirmaram, seja por prova documental, seja por perícia criminal, ou mesmo por exame médico legal, como também por depoimentos de testemunhas que estavam lá dentro e acompanhavam o cotidiano dos os idosos”
Sobre as acusações de homicídio, o delegado continuou explicando:
“Foram identificadas situações de óbitos que vieram a ocorrer em razão deliberada da responsável-técnica ao não prestar assistência médica necessária para que aquele evento morte fosse evitado. Essa omissão atribui a ela, é uma omissão dolosa, na nossa ótica, a responsabilidade por esses homicídios”
Segundo a delegada Adriene Lopes, que também atua no caso, a freira foi alertada por diversos funcionários, mas se negava a acionar o serviço de urgência. E por conta da omissão, “os idosos ficavam sofrendo quatro, cinco, até mais de 10 dias até irem a óbito”.
Além da freira, também foram indiciados membros do Conselho Diretor, o ex-presidente da entidade, um advogado, cuidadores, enfermeiros e um médico, que está atuando na área há mais de 30 anos.
Fonte: Estado de Minas