Polícia Federal exuma corpo de brasileiro que pode ter sido morto em chacina no México
Investigação policial revê caso de brasileiro morto em chacina no México
Em uma movimentada operação internacional entre Brasil e México, a Polícia Federal deu início ao processo de exumação do corpo de um brasileiro em Governador Valadares, Minas Gerais. O propósito da ação surge de uma necessidade de confirmar se os restos mortais pertencem a um cidadão brasileiro vítima de uma chacina na cidade mexicana de San Fernando, em 2010.
Anos atrás, tanto o governo mexicano quanto o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgaram que um sobrevivente do massacre reconheceu os corpos encontrados como pertencentes a estrangeiros que tentavam cruzar a fronteira em direção aos Estados Unidos. Essas pessoas teriam sido raptadas por um grupo armado que tentou atraí-los para um esquema de “sicário”, ao qual se recusaram, resultando em suas mortes.
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Os desdobramentos do caso envolvendo a morte do brasileiro
Segundo a Polícia Federal, em 2010, os restos mortais retornaram ao Brasil em uma caixa lacrada e entregue aos familiares da vítima. Entretanto, a permissão para o reconhecimento formal das vítimas pelas autoridades mexicanas não foi autorizado naquela ocasião. Em 2013, a pedido dos familiares, iniciou-se o processo de revisão da identificação de um dos corpos.
Qual o objetivo da exumação?
A exumação pretende comparar amostras biológicas coletadas dos restos mortais com as amostras de familiares diretos do cidadão brasileiro supostamente morto na chacina. Além disso, também permitirá determinar a causa provável da morte.
Participação de funcionários públicos na chacina
Após quatro anos do assassinato massivo dos 72 imigrantes, incluindo os dois cidadãos brasileiros, a Procuradoria Geral do México admitiu a participação de oficiais locais na execução do crime. A investigação concluiu que policiais atuaram ativamente na busca de imigrantes que tentavam atravessar a fronteira, muitas vezes os entregando aos Zetas para serem mortos. As autoridades mexicanas informaram que, desde 2011, dezenas de oficiais foram detidos, sob suspeita de participação direta no horrendo crime ao lado do cartel.
Fonte: O Globo