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Polícia Federal investiga XP Investimentos por prática de ‘churning’ após cliente perder R$ 5 milhões

A denúncia contra a XP Investimentos: uma profunda investigação em andamento

A Polícia Federal (PF) está investigando uma alegação preocupante envolvendo a XP Investimentos. Um cliente insatisfeito relatou ter investido R$ 10 milhões em títulos indicados pela corretora e, como resultado, perdeu metade de seu valor.

A suposição nesse momento é que possa ter ocorrido um crime contra o sistema financeiro nacional, uma infração passível de uma pena de até dois anos e seis meses de detenção, além de multa. Este é um dos maiores casos de perda relacionados à corretora e escritórios ligados a ela, conforme revelado pelo Metrópoles.

Polícia Federal investiga XP Investimentos por prática de 'churning' após cliente perder R$ 5 milhões
Imagen: Hugo Barreto/Metrópoles

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Entenda o “churning”

A investigação tem como alvo a suposta prática de “churning”, termo inglês que pode ser traduzido como “sacudir”. Essa expressão é utilizada para descrever agentes do mercado financeiro que, de maneira desonesta, induzem seus investidores ao erro para, com isso, obterem vantagem. É como se eles estivessem “sacudindo” os clientes para cobrar taxas mais altas de corretagem.

O início da investigação

De acordo com informações, o relato foi registrado no Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, em novembro de 2023. No mesmo mês, passou a ser analisado pela Polícia Federal. O caso foi classificado como notícia de fato, um procedimento de investigação preliminar que é instaurado automaticamente sempre que uma nova denúncia é apresentada.

O relato do investidor

Marcio Santos afirma que iniciou seu relacionamento com a XP Investimentos em 2016, sob a orientação de seu gerente bancário. Um assessor de um escritório ligado à corretora passou a atendê-lo, e entre 2016 e 2020, Santos fez aportes que chegaram a R$ 10.176.346,97. Segundo ele, o assessor ofereceu operações estruturadas (conhecidas também como COEs) com lastro em títulos de grandes empresas nacionais. Mesmo apresentando dúvidas sobre os riscos dessas operações, o assessor sempre assegurou que seu patrimônio estava protegido.

Os desdobramentos

De acordo com Santos, o assessor realizou uma série de operações alavancadas, técnica que envolve empréstimos feitos pela corretora para que o cliente possa investir em valores mais altos do que possui. Mas somente quando a perda já tinha atingido um valor milionário é que o assessor sugeriu mudar o dinheiro para uma renda fixa, numa tentativa tardia de recuperar as perdas. A taxa de corretagem, entretanto, já havia alcançado R$ 2,1 milhões.

A resposta da XP Investimentos

A XP Investimentos divulgou nota afirmando que segue rigorosamente as regulamentações e preza pela transparência absoluta em relação às condições e prazos dos seus produtos de investimento. A corretora garantiu estar alinhada aos mais altos padrões de compliance e à aplicação de suitability. Contudo, não comentou sobre casos específicos que estão em tramitação na justiça.

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