A polícia consegue recuperar mensagens apagadas no WhatsApp em celulares apreendidos?
Uma das dificuldades que as autoridades investigativas vêm encontrando nos dias atuais é o uso dos aplicativos de mensagens para a prática do crime, pois, segundo o presidente da APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais), Willy Hauffe, os criminoso têm o cuidado de apagar as mensagens e não realizar o backup automático das mesmas para evitar deixar rastros de suas atividades criminosas.
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Além disso, os aplicativos de mensagens têm implantado mudanças nos últimos anos que deixam as conversas mais seguras, como por exemplo aquelas que são apagadas automaticamente. Outro fator que pode dificultar a atividade investigativa é o modelo e as configurações do aparelho telefônico.
Apesar disso, a polícia tem as suas estratégias para ter acesso ao conteúdo de celulares apreendidos em investigações, mas quais seriam elas?
Acesso da polícia à mensagens de WhatsApp de telefones apreendidos em investigações
De acordo com o perito Willy Hauffe, uma das formas utilizadas pela polícia é o acesso ao backup do WhatsApp, por exemplo, por meio do próprio Meta (composta pelo Facebook, WhatsApp e Instagram). “A gente oficia a Meta, e a Meta afirma ‘tem um backup aqui e nós mandamos’“, relatou o perito.
A outra forma utilizada pela polícia é tentar extrair as informações do próprio celular, porém, essa técnica se revela mais difícil, pois depende do modelo do aparelho e das configurações do WhatsApp, sendo mais fácil acessar àqueles que utilizam o modelo Android.
Um outro exemplo que facilita a investigação é quando há o download automático de documento no aparelho telefônico:
“O download automático salva fisicamente [arquivos] no drive do celular e, mesmo apagado, é possível recuperar isso. Como se fosse o computador. O dado apagado, enquanto não for sobrescrito, vai estar lá”, explicou Hauffe.
Outro modo muito utilizado pelos peritos é quando há computadores que utilizam a versão web tanto do WhatsApp como do Telegram, o que facilita a recuperação dos dados que ficam salvos na máquina.
Para recuperar dados físicos dos celulares, os órgãos de polícia normalmente utilizam ferramentas como o Cellebrite, que é israelense e já ajudou a recuperar imagens apagadas de aparelhos que basearam investigações de casos importantes, como vem sendo usado, por exemplo, no caso do menino Henry Borel.
Fonte: Folha de S. Paulo
