Policiais presos no Rio deram golpe no Comando Vermelho e abasteceram facção rival
Agentes da PCERJ implicados em corrupção e tráfico
Quatro policiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) foram presos na manhã de quinta-feira (19/10) acusados de recebimento de propina associada à facção criminosa Comando Vermelho (CV). A Operação Drake, conduzida pela Polícia Federal (PF), visava desmantelar uma série de práticas ilícitas perpetradas por estes servidores.
Os quatro policiais em questão teriam recebido cerca de R$ 500 mil da referida facção em troca da libertação de um dos seus membros. Para garantir a entrega dessa soma, eles teriam apreendido um arsenal de 31 fuzis pertencentes à facção, revendendo posteriormente pelo menos 29 dessas armas para facções rivais.
Leia mais:
8 das 21 metralhadoras furtadas do Exército são encontradas no Rio de Janeiro
Quem são os agentes implicados?
Os policiais detidos foram identificados como Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, Eduardo Macedo de Carvalho, Juan Felipe Alves da Silva e Renan Macedo Guimarães. Todos esses indivíduos pertenciam à Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) na época em que os crimes foram perpetrados. Igualmente implicado está o advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão.
As acusações contra eles incluem corrupção passiva e tráfico de drogas, tendo sido responsáveis pelo contrabando de 16 toneladas de maconha. A Operação Drake envolveu a execução de cinco mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Resende (TJRJ).
Como ocorreu a investigação?
As suspeitas contra os quatro agentes da PCERJ e o advogado vieram à tona durante uma operação conjunta entre o serviço de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a PF. A investigação começou com a inspeção de um caminhão carregado com 16 toneladas de maconha na divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Após a apreensão da droga, os agentes conduziram o caminhão até a Cidade da Polícia Civil, onde o advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão negociou a liberação da carga e do motorista em troca de propina.
Qual a relação dos policiais com o Comando Vermelho?
Com a negociação, a carga de maconha foi escoltada por três viaturas da DRFC até os acessos de Manguinhos, comunidade vinculada à facção criminosa Comando Vermelho. Em seguida, a droga foi descarregada pelos criminosos.
A investigação conduzida pela PF e a Delegacia de Repressão a Drogas descobriu que o dinheiro das propinas recebidas pelos policiais civis era proveniente principalmente desta facção criminosa.
O que é a Operação Drake?
A Operação Drake recebeu este nome em referência ao pirata e corsário inglês Francis Drake, conhecido por saquear navios carregando materiais roubados e acreditar-se isento de culpa devido à origem ilícita dos bens. Da mesma forma, parece que estes servidores da PCERJ consideravam suas ações justificáveis, apesar do claro conflito com a lei que juraram defender.
Fonte: Metrópoles
