Policial penal assassinado: criminosos desviaram R$ 400 mil de empresa da vítima
José Françualdo Leite Nóbrega, policial penal e empresário de 36 anos, teria sido assassinado por funcionários de sua própria loja, segundo informações da Polícia Civil de Goiás (PCGO). Além disso, de acordo com a família do servidor, os suspeitos ainda teriam desviado cerca de R$ 400 mil de sua empresa do policial.
Segundo as investigações conduzidas pela delegacia de polícia do município de Águas Lindas, localizado na região lesta de Goiás, funcionários da loja de materiais de construção pertencente ao policial penal executaram o patrão para ocultar os desfalques no caixa do estabelecimento comercial.
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Relato do irmão do policial
De acordo com José Fagner, servidor público de 39 anos, e irmão de Françualdo, os suspeitos “estavam desviando muito dinheiro da empresa”. A família do policial afirma que ele teve certeza dos desvios no dia 9 de novembro de 2023.
“Ele até mandou mensagem para a minha cunhada, falando que estavam roubando ele”, lembrou. A família ainda calcula o tamanho do desvio. “Acreditamos que desviaram por volta de R$ 400 mil”, afirmou o servidor de 39 anos. José Fagner ainda disse que o grupo estaria comprando imóveis com o dinheiro “surrupiado”.
O policial estava desaparecido há mais de um mês. O corpo foi encontrado no sábado, 6 de janeiro. O policial foi assassinado com quatro tiros. Os suspeitos eram amigos de extrema confiança de Françualdo e seus familiares.
Suspeitos continuaram convivendo com a família
O irmão de Françualdo ainda contou que os funcionários do policial eram pessoas de extrema confiança da família. Mesmo após o assassinato, os criminosos mantiveram o convívio com os parentes dos servidores. De acordo com a Polícia Civil, eles tentaram, inclusive, forjar álibis e desviar o foco das investigações.
“Era difícil imaginar que estavam envolvidos nisso. Pessoas de dentro da casa da gente”, desabafou Fagner.
O servidor afirmou que os suspeitos diziam para a família que Françualdo teria fugido com uma grande soma em dinheiro, porque teria feito uma “merda grande em Brasília“.
Ligação fake dos suspeitos
Segundo Fagner, os suspeitos teriam feito uma armação para simular uma ligação de Françualdo para reforçar o álibi e despistar a família, ligando inclusive para a esposa do policial penal.
“Mandaram alguém do Mato Grosso do Sul, próximo da divisa com o Paraguai, ligar para a minha cunhada e para o outro irmão meu. Só que a pessoa não falou nada. A ligação durou um minuto”, contou Fagner.
Logo depois, um dos funcionários suspeitos ligou, dizendo que o Françualdo teria ligado, dizendo que estava bem e não voltaria por hora, porque não queria ser preso.
Na ligação, o suspeito chorou. “Ele disse: ‘você viu? Ele falou comigo. Falou com você. Falou para cuidarmos da esposa e da velhinha dele’. Meu irmão chamava nossa mãe de velhinha”, detalhou.
“São psicopatas. É uma coisa barbara, não tenho palavras. É algo que um ser humano normal não faz. A frieza deles não é coisa de ser humano”.
Criminosos presos e foragidos
O homicídio do policial penal envolveu cinco pessoas, conforme as investigações da PCGO. Três suspeitos foram presos e dois estão foragidos.
Manelito de Lima Júnior, Daniel Amorim Rosa de Oliveira e Marinalda Mendes Vieira foram presos. Deivid Amorim Rosa de Oliveira e Felipe Nascimento dos Santos estão foragidos. A investigação ainda está em andamento
O servidor estava desaparecido desde 27 de novembro de 2023. Morador de Águas Lindas (GO), José Françualdo trabalhava no presídio de Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do Distrito Federal.
Fonte: Metrópoles