Policial preso por estuprar adolescente tinha mais de 750 contatos de mulheres no celular
O acusado explorou sua posição policial para ganhar a confiança de mulheres jovens
No primeiro dia de audiência do policial metropolitano de Londres, identificado como Adam Provan, de 44 anos, foi revelado seu comportamento predatório. Ele estuprou uma adolescente de 16 anos, e uma colega da corporação. Também surgiram evidências de que ele mantinha detalhes pessoais de mais de 750 mulheres em seu telefone.
A audiência aconteceu na Corte da Coroa de Wood Green, no norte de Londres. De acordo com o The Guardian, o promotor Anthony Metzer destacou que o acusado explorou sua posição policial para ganhar a confiança de mulheres jovens, apresentando comportamentos semelhantes a um “Dr. Jekyll e Mr. Hyde”.

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Uma analogia com o conto de Robert Louis Stevenson, “O Médico e o Monstro”, onde o advogado Mr. Utterson busca entender a relação entre o médico Henry Jekyll e o criminoso Edward Hyde, foi feita. No livro, fica claro que Jekyll e Hyde são a mesma pessoa, exemplificando o aspecto dual da natureza humana. O promotor Metzer revelou que o acusado tinha um histórico extenso de má conduta sexual, datando desde a década de 1990, incluindo perseguições, culminando em dois casos de estupro contra uma adolescente de 16 anos.
Em junho do ano corrente, o policial Provan foi considerado culpado por um estupro ocorrido em 2010, onde conheceu uma vítima em um encontro às cegas após fornecer informações falsas sobre sua idade. Além disso, foi identificado que ele assistia pornografia online envolvendo menores e também teria contatado outra jovem de 16 anos, que forneceu depoimento como testemunha. O oficial também foi condenado por estuprar uma colega de trabalho em seis ocasiões entre 2003 e 2005. Em 2005, outra colega relatou ter recebido mensagens incômodas de Provan, mas a denúncia foi tratada informalmente e não foi investigada, de acordo com o The Guardian.
O promotor argumentou que os detalhes no telefone do policial sugerem fortemente que houve atividade sexual com mulheres, principalmente jovens
Todos esses crimes ocorreram enquanto o policial era empregado da Polícia Metropolitana de Londres, especificamente em uma unidade de comando na região leste. Segundo o juiz Lucas, conforme relatado pelo The Guardian, o acusado tinha 751 contatos femininos em seu celular, estabelecendo uma obsessão por mulheres jovens. O promotor argumentou que os detalhes no telefone do policial sugerem fortemente atividades sexuais com mulheres, muitas das quais eram jovens. A advogada de defesa, Julia Smart, afirmou que Provan contesta todas as expressões.
Durante a audiência, a jovem vítima, agora na casa dos 20 anos, falou um pouco sobre sua situação:
“O dia em que conheci Adam Provan mudou minha vida para sempre. Nenhuma sentença de prisão removerá o mal que ele me causou. Nenhuma justiça me fará esquecer essa data infernal. Embora eu tenha feito o meu melhor para bloqueá-lo, nunca esquecerei o medo que senti quando o ataque ocorreu e, 13 anos depois, ao reviver meu pior pesadelo.”

A vítima também expressou o quão perturbador foi descobrir que Provan era de fato um policial, como ele havia alegado quando se conheceram. Ela disse que os três julgamentos foram traumáticos e a fez sentir-se pessoalmente atacada. Provan originalmente havia sido condenado em 2018 a nove anos de prisão pelo estupro de adolescente, sendo demitido da polícia em 2019. Contudo, ele recorreu com sucesso da prisão após cumprir três anos e três meses na prisão, fazendo com que seu caso fosse levado a um terceiro julgamento.
Em maio desse mesmo ano, seis novas acusações de estupro foram adicionadas, abrangendo crimes anteriores. Uma das vítimas, que ainda é policial, relatou viver com medo constante de Provan, sentindo que ele era “intocável”. Ela expressou que a corporação falhou em protegê-la e se sentiu culpada pelas pessoas que entraram em contato com Provan após ela e que possivelmente ele abusou. A audiência do julgamento está prevista para acontecer nesta terça-feira, conforme relatado pelo The Guardian.
Fonte: Extra