A população carcerária brasileira bate novo recorde, segundo Anuário Brasileiro de Segurança Pública

De acordo com o recente 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a população carcerária brasileira atingiu um novo recorde no final do ano passado, totalizando 832.295. O número ultrapassa o dobro da população de Boa Vista, Roraima, e equivale à população de João Pessoa, Paraíba.

Surpreendentemente, se essa população prisional representasse uma cidade no Brasil, ela seria a 18ª cidade mais populosa do país, superando cidades como Natal, Rio Grande do Norte, Cuiabá, Mato Grosso e Aracaju, Sergipe.

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O perfil da população carcerária brasileira

Sobre o perfil desses presos, o estudo revelou que a maioria é negra (68,2%) e com idades entre 18 e 19 anos (43,1%). O levantamento considera a soma de pessoas em regimes fechado, semiaberto e aberto, em medida de segurança e em tratamento ambulatorial, para aqueles considerados inimputáveis por doenças psiquiátricas. Também são contabilizados os detentos em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica ou não.

Mortalidade no sistema carcerário brasileiro

O anuário também apresenta dados sobre a mortalidade no sistema carcerário. Em 2022, foram registradas 2.453 mortes de pessoas presas, sendo que 1.430 óbitos estão diretamente relacionados a problemas de saúde, seguidos de 400 mortes com causa ainda não esclarecida e 390 vítimas de algum tipo de crime.

Deficit no sistema prisional brasileiro

Outro ponto crucial que o relatório aborda é a questão do déficit no sistema prisional. O Brasil possuía no final do ano passado 596,1 mil vagas para presos, ou seja, existe uma falta de mais de 236 mil vagas nas penitenciárias. Esse dado aponta uma diminuição de 40 mil vagas em relação ao ano anterior, o que somente reforça a crise do sistema prisional brasileiro.

Fonte: A Voz da Bahia