Presídio onde está envolvido no assassinato de Marielle abriga chefão de facção paulista e espião russo
O ex-bombeiro Maxwell Simões, preso recentemente pelo envolvimento na morte de Marielle Franco, foi transferido do Rio de Janeiro para o presídio de segurança máxima de Brasília. De acordo com as autoridades, a transferência foi realizada para evitar que Maxwell fosse possível alvo de “queima de arquivo” no Rio de Janeiro.
O ex-bombeiro Maxwell foi alvo da última operação da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro na investigação que apura a morte da ex-vereadora carioca Marielle Franco. As investigações apontam que ele monitorou os passos da parlamentar e desapareceu com provas.
Presídio Federal de Brasília
De todas as unidades prisionais federais em atividade no Brasil, a de Brasília é considerada a mais segura. Inaugurada em 2018, ela tem como diferencial o fato de ser cercada por uma muralha de concreto de 11 metros à prova de balas calibre .50, que tem potencial para derrubar helicópteros. Além disso, o local também está mais distante de zonas fronteiriças e do mar, locais que favorecem eventuais planos de fuga ou resgate.
A penitenciária federal de Brasília abriga também outros criminosos famosos, tais como Marcos Herbas Camacho, o Marcola, chefão de uma facção paulista; o espião russo Serguei Vladimirovitch Tcherkasov, que é acusado de transmitir informações a Moscou; e o italiano Nicola Assisi, que é apontado como uma das lideranças do grupo mafioso Ndrangheta.
O presídio tem capacidade para abrigar 208 presos em celas individuais de 6 metros cúbicos em quatro diferentes alas. Cada bloco faz um rodízio no banho de sol, que dura 2 horas diárias. O objetivo de variar os horários é evitar que presos com interesses em comum mantenham contato, como Marcola e Assisi, por exemplo.
O local não conta com aparelhos de academia ou traves de gol e as áreas de banho de sol são cobertas por uma tela de aço para impedir o acesso de helicópteros e drones.
Ao entrarem no sistema penitenciário de Brasília, cada preso recebe uma caneta desmontada sem ponta. Para se barbearem, eles recebem uma lâmina que precisa ser devolvida imediatamente em seguida. Além disso, as celas e os presos são revistados diariamente.
Em suas celas, os presos podem guardar apenas livros e fotos de familiares. Eles não podem fumar nem utilizar nada que envolva fogo. As celas possuem chuveiros, mas a água do banho é cortada após cinco minutos, já a água da pia é livre. Para manter a cela limpa, eles recebem um kit com pano de chão, água sanitária e sabão.
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O presídio foi baseado em um modelo norte-americano
A penitenciária brasiliense foi construída baseada no modelo do presídio norte-americano Supermax, onde o narcotraficante El Chapo cumpre prisão perpétua. A intenção é evitar ao máximos que os presidiários tenham que sair do local, por isso, a estrutura conta uma espécie de Unidade Básica de Saúde (UBS), onde funciona um consultório médico, odontológico e psicológico.
Fonte: O Globo