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Prima de falsa vidente deixará cadeia no Rio para ficar presa em casa

Na última quarta-feira, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu flexibilizar a prisão de uma das quatro pessoas presas sob suspeita de um golpe de R$ 725 milhões contra uma idosa que ocorreu em agosto deste ano.

Jaqueline Stanesco, uma das falsas “videntes“, teve sua prisão flexibilizada e pôde deixar a cadeia para ficar em prisão domiciliar. Rosa Stanesco Nicolau, que se passava por vidente, o filho Gabriel Nicolau, e Sabine Boghici, filha da idosa vítima do golpe, permanecem presos.

A juíza da 23ª Vara Criminal da Comarca da Capital, que é a responsável pelo caso, considerou que a prisão das demais pessoas que participaram da fraude, inclusive a filha da idosa, foi legal e precisa ser mantida para dar andamento nas investigações.

Filha aplica golpe em mãe idosa com falsos “videntes”

A filha da francesa Geneviève Boghici, de 82 anos, Sabine Boghici, contratou pessoas que se passaram por videntes para aplicar um golpe e convencer a mãe a pagar por um “trabalho espiritual” a fim de salvá-la. A intenção de Sabini era extorquir a mãe, que possuía várias obras de arte de custo altíssimo.

O caso aconteceu na zona sul do Rio de Janeiro, onde a filha teria aplicado um golpe milionário contra a própria mãe. Sabine é filha do romeno Jean Boghici, um dos maiores colecionadores e negociantes de artes do Brasil, morto em 2015.

As investigações apontam que Sabini e sua quadrilha teriam conseguido cerca de R$ 725 milhões em obras de arte, joias e dinheiro dos golpes à Geneviève. Eles ainda teriam subtraído cerca de 16 peças de artistas consagrados.

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Obras de arte furtadas. Imagem: Nation Thailand

Foram presos Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger, Jacqueline Stanescos e a vidente Rosa Stanesco Nicolau, conhecida como Mãe Valéria de Oxossi.

Dentre os quadros, existiam trabalhos de renomados artistas, como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral.

A ação realizada pela Polícia foi apelidada de “Sol Poente”, em alusão ao quadro Sol Poente, de Tarsila, avaliado em R$ 250 milhões, e encontrado por policiais embaixo da cama de uma detidas.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, Sabine era a articuladora do crime. Em janeiro de 2020 ela contratou uma mulher que se passava por vidente para abordar Geneviève na rua e dizer que alguém de sua família morreria em breve.

Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic foi a primeira a abordar a idosa, em janeiro de 2020. A vítima tinha acabado de sair de um banco quando Diana a parou no meio da rua e lhe avisou sobre um “mal incurável” que se abateu sobre a filha dela.

A idosa consultou uma segunda “vidente”, prima de Diana, Jacqueline Stanescos, que explicou que, para fazer o “trabalho espiritual”, iria precisar de dinheiro e objetos de valor. Não convencida, a idosa procurou uma terceira opinião, da Mãe Valéria de Oxóssi, que, segundo a polícia, era namorada da mentora do crime, meia-irmã de Diana e prima de Jacqueline.

A idosa acreditou na terceira opinião e começaram uma série de pedidos para que as videntes pudessem fazer o “trabalho de salvação”.

A vítima desconfiou e contou tudo para a filha, que estimulou os pagamentos com medo que lhe ocorresse algum mal. Apenas nas primeiras duas semanas, Geneviève movimentou R$ 5 milhões para a quadrilha.

Ao todo, Geneviève Boghici teve 16 obras de arte extorquidas, avaliadas em quase R$ 300 milhões cada.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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