Quatro anos da prisão de Assange: relembrando e compreendendo o caso
Julian Assange, o fundador do Wikileaks, continua envolto na tormenta jurídica que o assola há quatro anos. Preso em Londres, Assange enfrenta uma possível extradição para os Estados Unidos, onde responde a acusações de espionagem, que podem resultar em uma sentença de até 175 anos de prisão. Isso se originou a partir de 2010, quando Julian publicou uma vasta quantidade de documentos secretos do Pentágono.
Os arquivos, aproximadamente 250 mil, eram compostos por imagens, vídeos e documentos diversos. O conteúdo era chocante, expondo crimes de guerra praticados por militares americanos, além de revelar práticas de tortura contra prisioneiros na base militar de Guantánamo, em Cuba.

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Repercussões da prisão de Assange
Ainda que Julian esteja encarcerado, sua situação tem atraído a atenção e a solidariedade de politicistas, ativistas e organizações de todo o mundo. Este quadro de apoio pôde ser visto na última terça-feira (11), quando parlamentares brasileiros decidiram intervir. Uma carta endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi entregue na embaixada americana em Brasília, solicitando que as acusações de espionagem contra Julian sejam suspensas.
Por que retirar as acusações contra Assange?
Totalizando 18 crimes relacionados à espionagem, Assange alega que suas ações decorreram do exercício legítimo do jornalismo investigativo. A carta entregue pelos parlamentares brasileiros dá suporte a essa visão, apontando que a liberação dos documentos confidenciais sobre atividades militares americanas no exterior, sobretudo no Iraque e Afeganistão, estava dentro das práticas comuns desse tipo de jornalismo.
Além disso, afirma-se que o julgamento a que Assange pode ser submetido tende a ser injusto, já que ele é vítima de perseguição política. Essa leitura da situação também é compartilhada por diversas personalidades em outros países. Na mesma data da ação brasileira, mais de 80 parlamentares australianos e britânicos pediram ao procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick B. Garland, a suspensão do processo de extradição de Assange.
Para compreender melhor a história de Assange e sua intrincada relação com o poder estabelecido, recomendamos este vídeo do Brasil de Fato, que faz uma recapitulação completa desde as primeiras revelações do Wikileaks.
