Prisão perpétua para autor de massacre em escola da Flórida decepciona famílias das vítimas
Na última quinta-feira, um júri realizado em uma corte dos Estados Unidos declarou a prisão perpétua de um réu, o que decepcionou os familiares das vítimas que aguardavam uma sentença mais rígida.
O caso trata-se de um massacre que ocorreu em uma escola da Flórida em fevereiro de 2018.
Nikolas Cruz matou 14 alunos e 3 funcionários da escola secundária Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida.

No ano passado, o assassino confessou que cometeu o crime, um dos mais mortais já julgados nos EUA.
Júri nos EUA condena autor de massacre à prisão perpétua
O júri analisou o caso de Nikolas e o condenou à prisão perpétua. As famílias ficaram irresignadas com a decisão, e por isso, o Promotor de Justiça responsável pelo caso solicitou que o juiz ouvisse as famílias antes de dar o veredito final, que será apenas em 1º de novembro do corrente ano.
A defesa de Cruz argumentou sobre as difíceis circunstâncias em que ele nasceu, visto que sua mãe fez uso de álcool e drogas excessivamente, inclusive durante sua gestação.
“O destino dele foi selado desde o útero e, em uma sociedade civilizada e humana, realmente matamos pessoas com danos cerebrais, doentes mentais, quebradas?”.
Cruz foi adotado logo após seu nascimento, em um acordo particular entre os pais adotivos, Roger e Lynda Cruz, e a mãe biológica, mas o pai acabou falecendo logo depois, ficando Lynda sobrecarregada ao cuidar de duas crianças pequenas.
Ainda quando criança, ele foi diagnosticado com depressão, TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), desordem comportamental, entre outros transtornos, segundo os registros do Departamento de Crianças e Famílias local, o que, segundo a defesa, o influenciou a cometer os crimes.
O argumento foi ouvido pelos jurados que analisaram como uma possível atenuante para o caso, e por isso não o condenaram à pena capital e sim à pena perpétua.
Após o anúncio da decisão, parentes das vítimas descreveram-na como “surreal” e “errada”, em uma entrevista coletiva.
Fred Guttenberg, cuja filha de 14 anos, estava entre os estudantes mortos, disse que estava devastado com a decisão.
“Há 17 vítimas que não receberam justiça hoje. Este júri falhou com nossas famílias hoje.”
Fonte: G1