Prisão de suspeito relacionado ao homicídio de Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras, ocorre no Rio de Janeiro
A prisão ocorreu no bairro de Campo Grande, na zona oeste do RJ
Na manhã desta terça-feira, as equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) detiveram um homem suspeito de estar envolvido na morte de Gabriela Anelli, uma torcedora do Palmeiras que foi atingida no pescoço por estilhaços de uma garrafa, em 8 de julho, próximo ao Allianz Parque, em São Paulo, antes de um jogo contra o Flamengo.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), a prisão ocorreu no bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro. O suspeito será encaminhado à unidade policial do estado do Rio de Janeiro para ser posteriormente transferido para São Paulo.
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O caso, que inicialmente estava sob responsabilidade da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), foi transferido para o DHPP em 14 de julho, por decisão da Justiça. A delegada Ivalda Aleixo, encarregada do caso, informou que as imagens da briga que resultou na morte da jovem Gabriela Anelli foram analisadas, e a polícia também ouviu depoimentos de novas testemunhas. Em 16 de julho, a perícia criminalística da Polícia Civil esteve na rua Padre Antônio Tomás, uma das vias próximas ao Allianz Parque onde Gabriela foi morta, para reconstituir a cena do crime virtualmente.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pelo menos dois torcedores, um flamenguista e um palmeirense, arremessando garrafas durante o tumulto. Um vídeo capturado pelo canal ESPN mostra um homem de barba e camiseta clara lançando uma garrafa em direção aos torcedores do Palmeiras que estavam do outro lado de uma divisão de metal que separava as torcidas.
Segundo a delegada Ivalda, o homem de barba não é o principal suspeito, mas um deles. Em outras imagens, foi identificado um torcedor do Palmeiras com mochila nas costas e jogando a camisa verde do time, arremessando o que parece ser uma garrafa de vidro em uma proteção de metal que separava as duas torcidas.
Na filmagem, Gabriella Anelli aparece na parte superior da tela, usando uma jaqueta branca e calça azul marinho. Leonardo Felipe Xavier Santiago, torcedor do Flamengo e ex-membro da organizada Fla Manguaça, foi preso em flagrante no dia do crime, mas acabou sendo solto na última quarta-feira por fragilidade de provas, conforme declararam o Ministério Público de São Paulo e a juíza Marcela Raia de Sant’Anna. A magistrada que ordenou a soltura de Santiago afirmou que o delegado encarregado das investigações, Cesar Saad, levou o caso de forma precipitada e despreparada.
Saad divulgou publicamente em diversas ocasiões que Santiago havia confessado informalmente aos policiais ter sido responsável pelo arremesso da garrafa que feriu e matou Gabriela. No entanto, durante o interrogatório na delegacia, Santiago apresentou uma versão diferente dos acontecimentos. Ele alegou que os torcedores do Palmeiras lançaram rojões em direção à torcida do Flamengo e, como retaliação, decidiram arremessar pedras de gelo, mas estas eram muito pequenas e não atingiram sequer a barreira de metal que separava as duas torcidas.
Gabriela Anelli, de 23 anos, faleceu no dia 10 deste mês após ser atingida durante uma briga entre torcedores, no dia 8
Gabriela Anelli, de 23 anos, faleceu no dia 10 deste mês após ser atingida durante uma briga entre torcedores ocorrida nas proximidades do Allianz Parque, no dia 8, durante o jogo entre Palmeiras e Flamengo. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que ela foi atingida no pescoço por uma garrafa arremessada e foi levada em estado grave para o Hospital Santa Casa, no centro da cidade, mas infelizmente não sobreviveu aos ferimentos. Os familiares de Gabriela chegaram a fazer uma campanha nas redes sociais para arrecadar doações de sangue para ajudá-la.
De acordo com informações da SSP, o incidente ocorreu em meio a uma confusão perto dos portões C e D do Allianz Parque, na rua Padre Antônio Tomas, próximo à entrada reservada aos torcedores visitantes. Havia uma barreira de metal separando as duas torcidas, e os torcedores do Flamengo lançaram garrafas e pedras por cima dessa proteção. Outra briga entre torcedores do Palmeiras e do Flamengo, ocorrida na Rua Caraíbas, foi controlada pela intervenção da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral e gás de pimenta.
O jogo precisou ser interrompido em várias ocasiões porque jogadores e torcedores nas arquibancadas ficaram com irritação nos olhos. O corpo de Gabriela foi sepultado em 11 de julho, no cemitério Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. Torcedores da Mancha Alvi Verde e de outras organizadas prestaram homenagens a Gabriela com bandeirões, fogos e cantos. A pedido da família, o hino do Palmeiras foi cantado em uníssono antes do enterro da torcedora palmeirense.
Fonte: A Crítica
